domingo, 4 de setembro de 2011

do meu eu em você,


Sou cheia de defeitos. Desatenta, desarticulada, desatrada, desesperada, deficente.
Sou cheia de manias, pequenas, minuciosas, insuportáveis manias. Sou, quero, preciso. De atenção, de carinho, de mimo, de espaço, de espaço, de espaço. Sou cheia de vontades, cheia de ordens, cheia de mim. Eu, eu, eu. As vezes sou um eu tão grande que nem eu mesma me suporto. Mas, sou eu e continuo rodando em torno do meu próprio sol. Faça, pegue, traga. Sou um poço de ordens, de folga, de mimo.

Sou, e não quero ser. Sou e tento, mas, outra vez, sou alimentada e continuo sendo esse eu enorme.
Sou deficiente, incompleta, um desastre. Mas, no fundo, sou todos e todo mundo. Sou as lágrimas que se comovem e as mãos que se estendem e sou os olhos que se abrem quando você mais precisa. Sou espelho, água limpa, reflexo. Sou um nada cheio de tudo e de todos.

Sou um estresse em pessoa, sou uma impaciência, uma intolerância, um perfeccionismo e uma pouca falta de vontade. Sou planos não concretizados, sonhos irreais e amores não vividos, e revividos e remontados e recriados e restos.

Sou o perdão, os olhos brilhantes e a voz fofa que te diz pra ficar. Eu sou a menina com idade de mulher, eu sou a saudade, a força, eu sou o medo e a dependência.

Sou tudo, tudo de errado, tentando acertar. Nada faço por mal quando amo, e amo de verdade a ponto de falar que amo. Erro tentando acertar, grito querendo abraçar, xingo querendo beijar, EU EU EU. Esse grande EU que existe em mim.

Sou ego, sou água, sou vida. E assim, cheia de defeitos, cheia de 'mins', cheia de nada, ainda assim, sou sua.