quinta-feira, 30 de junho de 2011

sobre troféu e banalização,



por @mariah_brandt


"Vejo tanta gente louca querendo um namorado, uma namorada, alguém pra passar o tempo, dar risadas, compartilhar segredos e todo aquele blá blá blá.. Sonham com isso e ficam inquietos se estão solteiros, querem alguém pra chamar de seu a qualquer custo.

Essa ambição é, no mínimo, estranha. Nos ultimos tempos tenho visto casais que só serviram pra me confirmar a teoria do Renato Russo: não basta o compromisso, vale mais o coração. Querem achar alguém, colocar um rótulo, uma coleira com seu nome escrito e sair mostrando por aí como se fossem um trófeu. Geralmente esse mesmo tipinho de casal é aquele que proibe de falar com os amigos, gostam de pensar que antes do namoro o outro ser não tinha vida, amigos ou família e o pior é quando o outro se submete a isso.

O problema é que banalizaram a palavra AMOR. Abram suas mentes! Se você falar pro seu amigo que o ama, não significa que você quer ficar com ele, significa que você ama ele, pronto! Deixe o drama pra quando ele disser ''quero lhe pegar'' mas enquanto não forem essas as palavras, parem de inventar coisas que não existem.

Evitem o desejo de entrar na mente alheia, você nunca vai ser dono de ninguém e pode até ter uma ideia do que se passa na mente de alguém mas nunca vai saber exatamente, nos mínimos detalhes, o que se passa por ali. Por mais que você queira, algumas pessoas, em algumas situações, nunca vão ser totalmente sinceras com você, é natural.

Nada mais digno do que aceitar isso e viver com seu próprio eu, deixando o eu do outro com ele, tentando dividir somente o que for relevante e compartilhando momentos bons, cultivando o respeito mútuo sem cobranças absurdas e violentas, feito isso, não se surpreenda se suas relações amorosas durarem bem mais."

de vocês em mim,

Sinto saudades. Saudade de poder estar com vocês. Saudades de não perder um minuto sequer da vida de vocês. Sinto saudades de cantar, chorar, passar raiva com vocês. Sinto saudades amigos.

Sinto falta de ter a certeza de que encontrei pessoas que vou levar pra vida toda. Sinto falta de olhar fotografias e dizer orgulhosa 'são sim, meus melhores'. Sinto saudades imensas.

Sinto ciumes, raiva, mágoa. Sinto que os perco aos poucos, como filhos que saem de casa e deixam a cama vazia. Só que, neste caso, fui eu quem os deixou.

E vocês cresceram, longe de mim, longe dos meus olhos, longe dos meus abraços. E se esqueceram de tudo, como se tudo não fosse nada.

Sinto saudades melhores, saudades de nós. Saudades de sofá do shopping nas tardes de quarta, de 'black' nas sextas no Gol de Placa, saudades das traquinagens da terças pela manhã, saudades das palavras de apoio misturada a conselhos idiotas que me faziam sorrir.

Saudades de poder abracá-los e dizer, de fato, como os amo, os amo e os amo. E de como não sei viver sem vocês. Viajei o pais inteiro e, dia após dia, não parei de pensar em vocês um minuto sequer.

Porque os amo. Amo como filhos, amo como irmãos, amo como os melhores.

Estou magoada sim, mas eu sei que isso passa. E tudo o que eu disse é da boca pra fora. Eu sei que a maneira com que eu os amo não tem reflexo. Afinal, cada maneira de amar é diferente. Mas eu eu amo assim, escancarado, pra quem quiser ver. AMOR, de verdade.

Sinto saudades de nós. Saudades do laço, do tripé, da confiança. Sinto saudades das noite mal dormidas e das horas ao celular. Sinto falta dos perfumes.

Os amo amigos, e isso nunca vai mudar. Estando vocês ao meu lado ou não, vocês serão pra sempre, parte imprescindível de mim. Meu melhor, meus melhores.

Eu sinto MUITA falta de vocês.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

carta para mamãe,

Mãe, cresci. E onde está voce que não no quarto ao lado, ouvindo minha voz que treme, gritando um copo de água. Cresci mãe, e voce nao esta aqui. Ou está, através desta tela, e destas caixas de som, ou desse celular que toca o dia todo. Cresci mãe e você nem viu. Quando abriu os olhos viu minha cama vazia, meu armário só com aquilo que não me servia mais e as bonecas que deixei..

Levei comigo meia dúzia de documentos, uma vontade e muita coragem. Nos bolsinhos da frente, deixei as lágrimas, as saudades, e o medo. As vezes mãe, esqueço esses bolsinhos abertos e choro por alguns instantes. Daí fecho, porque sentir saudades não me ajuda.

Comida mesmo, não como. Aquela historia do arroz e feijao que nutre o corpo que a senhora sempre disse, existe só quando como fora de casa. Dentro é refrigerante, bolacha, hamburguer.

Saio sempre mãe, e não preciso te pedir permissão. Hoje, peço permissão a alguem que me nega ir a festas bem mais do que você me negou: o dinheiro.

Cresci mãe e hoje te ligo pra dizer que consegui um emprego e, nessas férias não volto pra casa. Ficarei, suportarei, permanecerei aqui, porque nada me abala quando caminho para meus sonhos. É mãe, ainda levo comigo as asas que me deu, e a maior parte da minha mala é de conceitos, ensinamentos.


Voei e a liberdade que tive foi você quem me deu mãe. E por isso voo cada dia mais alto, cada dia mais longe. Medo? Isso a senhora não me ensinou a ter. Sei que tenho para onde voltar se algum dia, por acaso, alguma coisa muito dificil me acontecer. Fora isso mãe, permanecerei aqui, crescendo e superando minha própria solidão.


Estou aprendendo a lidar comigo mesma mãe, e como eu queria que a maioria das pessoas ao meu redor sentissem a mesma sensação que eu. Aquele sorriso tímido de quando resolvo qualquer coisa, sozinha.


Sinto saudades mãe, mas sinto também vontade grande de orgulhar-te. E agradecer, da melhor forma, a liberdade que me deu, no instante em que me deu asas. E estas mesmas asas usarei para regressar ao quarto ao lado, com mil histórias para contar-lhe sobre minhas vitórias, trajetos e glórias.

Cresci mãe, e a gente nem percebeu. Nem você, nem eu.