terça-feira, 27 de dezembro de 2011

sobre tudo que quero agora,


Quando tudo o que você quer é voltar pra casa. Sentir o cheiro do seu quarto, o clima frio da sua sala de estar e ouvir as discussões rotineiras da sua família.

Quando tudo o que você quer é ouvir sua vó dizer que você cresceu. E seus primos te pedirem pra ir pro rolê. Quando tudo o que você quer comer é aquele arroz-com-feijão da sua mãe e emprestar aquele batom novo para sua irmã.

Quando tudo o que você mais deseja é entrar naquele avião e sentir o cheiro de São Paulo. O abraço dos amigos, o beijo do namorado, a saudade consumida pela presença.

Quando tudo que você quer é que o ano mude e que 6 dias passem devagar, tão devagar que você possa apreciá-los vagarosamente como o ano que fica para trás.

Quando tudo o que você quer é voltar. E um Ano Novo melhor.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

é tempo,


Sempre chega a hora da solidão, sempre chega a hora de arrumar o armário, sempre chega a hora do poeta plêiade, sempre chega a hora em que o camelo tem sede.
Ana Carolina - O avesso dos ponteiros

Dói. E como dois, nos tornamos um. E como um esquerda e outro direita nos tornamos ambidestros. E na imperfeita simetria do ceder, nos unimos o sim e o não, e nos tornamos a certeza do incerto.

Dói. E como rotina, nos fizemos degraus um ao outro, lenços de papel, abraços. Estávamos à uma ligação, à um passo, à um bairro. Nossas discussões eram fogo, faíscas, fagulhas. Ardiam, queimavam e nós mesmos à assoprávamos, preparávamos o anti-séptico, o curativo, a pomada.

Dói. Nos conhecemos, nos entendemos, nos permitimos. Sabíamos do tempo, do espaço, do destino e do futuro, mas nos permitimos sentir. Aceitamos a dificuldade como desafio, a distância como impulso, o incerto como recomeço. Aceitamos viver sabendo dos limites do tempo.

Dói. A cada última noite, a cada último abraço, à cada último beijo. Os dias passando, as noites amanhecendo, e o tempo ficando cada vez mais curto pra nós. E na estranha sensação de impotência, te vejo escorrer por meus dedos, inalcançável, irreversível, incalculável.

Dói. A hora chegou. Vivemos sem pensar no amanhã e o amanhã chegou nos lembrando que sempre esteve ali. A hora chegou e teremos que soltar as mãos e voltar a caminhar sozinhos, nós por nós.

Dói te ver partir, dói me despedir, dói e só eu sei como tem doido todos estes últimos dias. Soltar sua mão, te ver voar, te deixar ir.

O tempo chegou, e é tempo. Tempo de partir, tempo de viver, tempo de começar outra etapa. Nos unimos cientes dos poréns, teremos que ser maduros para enfrentá-los.

É tempo de testar nossos limites. E jamais duvidar do nosso amor. Afinal, sempre chega a hora.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

sobre andar com homens,

Eu prefiro andar com homens, simples assim. Nada contra as mulheres, ou tudo talvez, mas é fato que somos menos verdadeiras umas com as outras, menos fiéis umas as outras e mais invejosas umas com as outras. E não digo que homens não sejam. Homens são infiéis, mentirosos, imaturos e insensíveis. Ok, com as pessoas com quem eles se relacionam, não com os amigos.

Ser amiga de homens é muito melhor. Homens não têm frescura e te falam na cara que seu cabelo ta incrivelmente armado. Homens não têm inveja da roupa nova que comprou e amigos homens dão os melhores abraços do mundo.

Homens falam coisas inúteis que te fazem rir, e por serem tão bobos te fazem sentir muito mais inteligente quando conversam. Amigos homens pedem conselhos sobre mulheres que eles possivelmente ficariam e você, com todo sua experiência feminina, mostra que 'aquela mina jamais ficaria com você, panaca'.

E por amizade, homens te protegem porque te consideram frágil e não suportam os homens com quem você se relaciona, porque no fundo, eles têm um ciúme enorme de você.

Andar com com homens te faz entender as coisas de maneira mais objetiva, e compreender que a mente deles é muito mais sistemática do que pensamos. Andar com homens é escutar porquices, gestos grosseiros e palavrões. Andar com homens é se tornar menos tonta e te faz aprender a pensar como homem, o que torna mais fácil qualquer tipo de aproximação, não?

Fui sempre muito julgada por andar com homens (lógico, julgada por mulheres), e já fui chamada de (insira aqui o nome que quiser para mulheres fáceis) simplesmente por andar com homens. E essas eram as mulheres que justamente me invejavam por ter um relacionamento tão aberto com 'os caras que elas mais queriam'.

Sempre me dei melhor com amigos homens. Eles me dão mais liberdade pra dizer o que eu penso, agir como sempre ajo e não se importar com o que a maioria das pessoas se importam. Amigos homens me fizeram menos fofa, menos meiga, menos inocente.

Eles me ensinaram que sexo é sexo, e tem que ser feito como tal. Que, como diria Shakespeare (um HOMEM muito inteligente, por sinal), beijos não são contratos nem promessas. Homens são práticos, ou querem, ou não querem e pronto.

Fora que conselhos de amigos homens são BEM mais valiosos do que de mulheres que pecam sempre pelo mesmo erro.

E não estou aqui a defender os homens e dizer que as mulheres não prestam (mesmo porque nos acho extremamente superiores, rs). Estou aqui pra dizer que prefiro AMIGOS HOMENS. Grossos, ignorantes, imaturos e extremamente ciumentos e cuidadosos.

Fale o que quiser, pense o que pensar, andar com homens é MUITO mais divertido.




sábado, 19 de novembro de 2011

de contos e coleções,


Quando a gente se acostuma com alguma coisa é extremamente complicado desapegar. Até mesmo de pequenas coisas. Uma roupa, um sapato, uma bicicleta, um carro, um quarto, um caminho, uma pessoa, um estado, um país.

É difícil cortar o cordão, deixar pra trás, tornar experiência. E a gente passa por todo um processo psicológico pra poder desgarrar, pra poder soltar a mão e, principalmente, pra poder encarar o novo.

Muito mais do que preparo é preciso coragem. Coragem pra pisar em terrenos instáveis, para se apoiar em castelos de areia, pra esbarrar em culturas opostas, pra aceitar, transferir, concordar, discutir, ou até mesmo incorporar o novo.

É preciso coragem pra decidir ir. Pra decidir mudar. Pra decidir deixar pra trás o que, aparentemente, nos é seguro e nos jogar em um universo de incertezas que só nos trará histórias mil pra contar.

Arriscar. Ir. Soltar a mão. Conhecer. No começo é doloroso, como toda ruptura. Mas o futuro só tende a nos trazer as experiências mais incríveis de nossas vidas.

Há quem não queira arriscar. 'Tá bom assim como tá'. Ok. E vai ser assim pra sempre. As mesmas coisas, do mesmo jeito, os mesmo pensamentos, as mesmas ideias, as mesmas bobagens, as mesmas barreiras e um conhecimento limitado, antigo, antiquado. E um futuro em quatro paredes, um livro que termina no índice, um conto entre tantos livros lançados por ai.

Casar, construir uma casa, ter filhos. Não que seja ruim. Mas, não é pra mim. Não agora. Quero contar aos meus filhos todos os países que visitei, todos os estados que conheci, todas as culturas que experimentei, todos os apartamentos em que morei e toda as pessoas com que os dividi. Quero viajar o mundo, ou até mesmo viajar meu país.

Há vidas que dariam contos. Da minha, farei uma coleção.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

desabafo,

Sinto saudades. Daquelas que apertam o peito, e fazem as lágrimas rolarem aparentemente sem motivo, sem hora, sem lugar, sem aviso.

Eu sinto aquele nó na garganta, aquela vontade de ligar, mandar um recado, contar como está tudo por aqui e que em breve volto pra ganhar aquele abraço enorme.

Dai eu paro e volto a ler aquela última conversa. Em um misto de insultos, absurdos, julgamentos infundados, que me fizeram chorar e me perguntar durante dias pra que tanta dedicação, eu me lembro perfeitamente do que doeu, de como doeu e de como, dia após dia, senti a falta de vocês.

Hoje já não sinto mais. Calejei. De tanto querer e não fazer, amar e não demonstrar, calejei a dor. E, sem querer, vocês não faziam mais diferença no meu dia a dia. Assim como eu não valia a pena, priorizei. Ninguém pode ser insubstituível, aprendi na marra.

E lhes desejo paz. E felicidade. E sucesso. E que não cometam o mesmo erro novamente, que não desperdicem amor, amizade e dedicação.

E que entendam que 'irmandade' é mais que passar mal de tanto beber juntos no carnaval.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

de diferenças e concessões,


As vezes, o 'fundamental' não é suficiente. As vezes o 'imprescindível' não é necessário. As vezes tudo o que você quer é ficar sozinho. E isso não significa que você não quer, mas sim, que você se quer. Com todos seus defeitos e manias, você se quer pra si só, por alguns instantes.

Quer esquecer os seus problemas e os problemas do mundo. Quer chorar sozinha, sentir saudade sozinha. Quer passar horas no chuveiro deixando a água cair pelos ombros como que numa tentativa de tirar de si tudo aquilo que insiste em grudar na gente.

Não é por falta de amor. As vezes as pessoas são diferentes. As vezes elas só precisam do seu espaço. Pra serem cheias de defeitos, deficientes de razão e escrever bobagens de amor.

As vezes não estamos em paz com a gente mesmo e isso nos torna mais ásperos, menos sociáveis. As vezes nos enchemos de tudo, mas isso passa. Por isso precisamos de espaço, de tempo, tempo pra voltarmos a encontrar com todos aqueles motivos que, no começo, nos fizeram tão bem.

As vezes o 'é impossivel ser feliz sozinho' deixa de ter valor. E o 'vou vivendo com a minha solidão' parece bem real. As vezes somos saudade, as vezes somos tempos, as vezes somos passado. As vezes não somos mais nós.

Eu sei que é preciso ceder. Mas também sei que ceder não nos faz gostar das mesmas coisas. Nem suportar as mesmas coisas. Ir por ir, conversar por conversar não é evitar. É suportar por.

E suportar não conjuga o verbo unir. Ou amar, ou dividir.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

sobre parar com as boas e más,


Tirei pessoas da minha vida. Na verdade, deixei de dar à elas a importância que eu achei que mereciam. E assim, a ausência delas passou a não me incomodar mais. Porque sim, acredito que pessoas são substituíveis. Alguém que é capaz de ir sem fazer com que sua ausência seja lembrada simplesmente é substituível. Passei a fase de agradar todo mundo e, como dizem, 'inverti as prioridades'. Não se importa? Bem, eu também não. Quem se vai com facilidade é descartável. Amigo que é amigo fica. E quem não vale a pena, simplesmente não vale.


Parei de me incomodar. Parei de ligar pra bobagens e pra pessoas pequenas. Ignorei as grandes também. Seu tamanho não era proporcional à reciprocidade da nossa consideração. Sempre fui ‘amiga’ demais. Presente, ligando, dando o máximo de si pelo outro. Meus amigos eram meus irmãos. Parei.

Parei de chamar de irmão quem me chamava de ‘ela’. Parei de querer fazer rir quem só me tinha palavras de desconforto quando eu mais precisava. Parei de querer sempre bem, de colocar sempre em frente de tudo, de me desdobrar pra estar presente. Parei.

E quem sobrou foram as pessoas boas. Não que eu as divida entre más e boas, mas as boas o suficiente pra não me arrepender de amá-las. Um, duas ou três. Poucas e boas pessoas. Poucas e melhores pessoas.


Parei, e pare você também. Vai ver como ao seu redor tudo vai ficar mais vazio e muito mais valioso.


Tirei pessoas da minha vida. E não me arrependo nem um pouco.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

sobre coragem e força,


Eu queria poder dizer pra vocês o que estou sentindo agora. Ou como estou vivendo e como estou pensando. Eu queria dizer quais meus ideais, meu desejos, meu sonhos atuais. Eu queria muito, mas não consigo.

Pela primeira vez, em muito tempo, me faltam palavras. Me faltam frases ou sentenças que se conectem pra expressar fielmente o que, de fato, sinto neste exato momento.

Queria voltar. Não para sempre, nem por um instante. Queria voltar no tempo suficiente de todos os abraços, todos os beijos, todas as palavras, todos os sorriso, todas as noite, todas as festas e todos os rostos. E quando enjoasse (porque enjoa sim), eu voltava.

Voltava porque já tenho raízes aqui. E isso não significa que ficarei aqui para sempre, mas que fico o tempo necessário pra subir tão alto que ninguém poderá me ver. Me sinto só, eu e meus problemas. Sinto que cresci rápido demais, sinto que estou amadurecendo na marra, rasgando a carcaça e nascendo do ventre do mundo!

Sinto que sinto. Saudade, vontade, fé e confiança.

De sol a sol (literalmente) vou desbravando meus próprios caminhos, chutando minhas próprias pedras e resolvendo meus próprios problemas.

Com a saudade corroendo, acordo todas as manhãs celebrando um novo dia.Longe de casa, longe da minha história, longe dos rostos conhecidos.

Construindo um futuro a base de muita coragem, força, fé e determinação. Com tem que ser.


Queria dizer à vocês como me sinto, só não tenho palavras. O tempo tá passando e quando eu menos esperar estou dentro daquele avião. Calma, calma, calma.

domingo, 9 de outubro de 2011

querido dezembro,

Não chegue. Simples assim. Demore, demore MUITO a chegar. E se puder, não chegue.

Nada pessoal contra você, assim, mas, não venha pra mim, esqueça-me.

Não leve de mim aquilo que demorei tanto pra conquistar. Não leve. Não me obrigue a soltar suas mãos, a não poder mais olhar em seus olhos, não me obrigue a vê-lo partir.

Querido dezembro, não faça isso comigo. Eu nunca tive motivos pra odiá-lo, mas não tenho outro jeito a não ser te implorar para que não chegue. Ou não se apresse, não. Os quero perto de mim, ele e ali. Os quero, eu sei que às vezes não parece, mas os quero.

E você, querido dezembro, quer me castigar. Quer me mostrar o quanto me importo e não percebo. Dezembro, não chegue, eu os amo. E hoje, posso vê-los dormir ao meu redor e como dói pensar que você os levará de mim. Em um aeroporto, com minutos contados antes de uma partida que vai doer por meses, por anos, até vê-los novamente.

Não me venha dizer que tenho que entender. Eu entendo, eu sei e compreendo que eles têm que ir. Mas não me diga pra não sofrer, não me obrigue a não sentir essa falta que arrebenta meu peito, só de pensar em deixá-los. Só de pensar em não tê-los. Só de pensar no que serei sem eles e no vazio que deixarão.

Querido dezembro, por que?

sábado, 8 de outubro de 2011

sobre tudo que vai,


E é quando você passa a viver dia após dia, sem perspectiva ou planos que você percebe como o tempo está passando rápido. E você para. Por um instante você para e olha pro céu e reflete como as coisas caminharam e chegaram a ser como são hoje. E você não se lembra do dia e que elas começaram. E vê que elas estão passando. E passando rápido. Tão rápido que cada noite em que você fecha os olhos é uma noite a menos para vivê-las.

E com a correria de sua rotina de 'adulta' você não tem tempo pra chorar. Sim, chorar. Porque é isso que você faz quando para pra refletir sobre a realidade que te espera. Porque você sabe a que tudo está fadado. E sabe que as lembranças serão novamente o que mais vai doer. E talvez você se arrependa de uma palavra ou de uma situação. Mas nunca de um sentimento.

E talvez você nunca mais conheça alguém assim. E vai se lembrar pra sempre de tudo o que você hoje, sequer presta atenção. Como vai ser dificil te ver ir. Como vai ser dificil te deixar. Como é dificil saber que você tem que ir. E como é dificil te ter aqui e saber que esse tempo que hoje passa voando, vai te levar, em breve, pra longe de mim. E só ai vou perceber o tamanho do espaço que você ocupa em mim. E o tamanho do vazio que vai deixar.

A gente, que é tão diferente. A gente que precisou de tanta distância pra se conhecer, de tanta conversa pra se entender, de tanta briga pra se amar, de tantos dias pra se aceitar, a gente que é tão diferente. A gente que briga tanto.

Eu não desejo nada que não seja o melhor pra você. Não me esqueça, eu imploro. Independente do que acontecer. Uma vez, te prometi que não seria mais um texto melodramático em meu blog, e hoje, te posso ter a certeza de que não será. Não cumpriu o ciclo, ainda está aqui. Ainda. E até dezembro chegar quero poder te ver adormecer, cheio de manias, cheio de mim, cheio de amor.

Não se vá, não assim, não agora.

domingo, 4 de setembro de 2011

do meu eu em você,


Sou cheia de defeitos. Desatenta, desarticulada, desatrada, desesperada, deficente.
Sou cheia de manias, pequenas, minuciosas, insuportáveis manias. Sou, quero, preciso. De atenção, de carinho, de mimo, de espaço, de espaço, de espaço. Sou cheia de vontades, cheia de ordens, cheia de mim. Eu, eu, eu. As vezes sou um eu tão grande que nem eu mesma me suporto. Mas, sou eu e continuo rodando em torno do meu próprio sol. Faça, pegue, traga. Sou um poço de ordens, de folga, de mimo.

Sou, e não quero ser. Sou e tento, mas, outra vez, sou alimentada e continuo sendo esse eu enorme.
Sou deficiente, incompleta, um desastre. Mas, no fundo, sou todos e todo mundo. Sou as lágrimas que se comovem e as mãos que se estendem e sou os olhos que se abrem quando você mais precisa. Sou espelho, água limpa, reflexo. Sou um nada cheio de tudo e de todos.

Sou um estresse em pessoa, sou uma impaciência, uma intolerância, um perfeccionismo e uma pouca falta de vontade. Sou planos não concretizados, sonhos irreais e amores não vividos, e revividos e remontados e recriados e restos.

Sou o perdão, os olhos brilhantes e a voz fofa que te diz pra ficar. Eu sou a menina com idade de mulher, eu sou a saudade, a força, eu sou o medo e a dependência.

Sou tudo, tudo de errado, tentando acertar. Nada faço por mal quando amo, e amo de verdade a ponto de falar que amo. Erro tentando acertar, grito querendo abraçar, xingo querendo beijar, EU EU EU. Esse grande EU que existe em mim.

Sou ego, sou água, sou vida. E assim, cheia de defeitos, cheia de 'mins', cheia de nada, ainda assim, sou sua.

domingo, 21 de agosto de 2011

sobre cordões umbilicais


A vida tá passando e hoje me dei conta de quanta coisa mudou. É como se em dois meses eu tivesse, de certa forma, me sentindo mais leve ou livre. Só que a sensação não é boa. Não que seja ruim, mas é incomoda, dolorida.

É como se eu tivesse que, a partir de agora, contar comigo e comigo mesma. Não que eu não tenha pessoas maravilhosas ao meu lado, que me apoiam e me enlaçam. Quando falo de solidão falo da minha vida, comigo. A partir de agora, as direções que eu tomar são minha e de minha responsabilidade. Se quiser ficar eu fico, se quiser partir eu vou, só que tudo que eu fizer é meu e de mais ninguém.

O que eu ganhar, o que perder.

Estou me afastando do meu passado, fazendo coisas com minha própria permissão. Não fazendo por minha própria consciência. Contando o cordão, pouco a pouco. E dói. Estranha, machuca. É como completar um ciclo, uma primavera, deixar pra trás um tempo, pessoas.

E assusta, mexe com a gente, impacta. A rotina do trabalho, da faculdade, do dinheiro no fim do mês, do namorado, dos cansaços, dos planos, da gasolina.

É tentar não errar, é tentar não desviar, é tentar manter o foco. É tentar crescer com consciência, com maturidade, com responsabilidade.

Uns demoram mais, outros menos. Crescer é inevitável.




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

sobre a falta de você,


Tá faltando paciência. Tá faltando compreensão. Tá faltando ceder. Tá faltando dormir cedo, tá faltando carinho, tá faltando tempo. Tá faltando vontade de ir pra frente, tá faltando lágrima, tá faltando abraço. Tá faltando falar baixo, tá faltando pensar alto, tá faltando.

Tá faltando a magia, tá faltando o cheiro, tá faltando o gosto do beijo com vontade. Tá faltando a respiração mansa, tá faltando a risada largada, tá faltando a piada engraçada, tá faltando.

Tá faltando cinema, tá faltando pipoca, tá faltando jantar. Tá faltando cartinha, tá faltando recadinho, tá faltando reconhecer. Tá faltando me conhecer, tá faltando te conhecer, tá faltando a gente.

Tá faltando você ao lado, tá faltando o abraço apertado, tá faltando seus olhos nos meus.

Tá sobrando amor, só tá faltando saber dividir.

domingo, 7 de agosto de 2011

sobre deixar pra trás,


O tempo ta passando e muita coisa ta ficando pra trás.

O tempo ta indo e as pessoas que não suportam as mudanças estão ficando pelo caminho. E eu sinto essa perda, o tempo todo. Como uma cicatriz que se abre toda vez que alguma coisa é deixada pra trás, desiste, vira passado.

A distância, as diferenças, as igualdades. Tudo isso ta contando. Tudo isso ta deixando alguma coisa pelo caminho. Hoje já não tenho mais quem eu tinha à 2 meses atrás. As discussões não são as mesmas, a preguiça não é a mesma e eu já não tenho o que fazer.

Você pode achar que não faço por falta de interesse, mas não vejo dessa forma. Vejo que, tudo que vai, vai porque tem que ir. Porque não suportou, porque chegou ao limite, porque tem uma vida a seguir.

E, ninguem pode duvidar que pode voltar. Ou não. É tudo tão relativo.

Se sinto saudades? Mas é claro! Aprendi a transformar a saudade em força, pra seguir em frente, pra me orgulhar do que passou pela minha vida, pelo que fez parte do que fui e dos momentos pelos quais passei, nos quais sorri, nos quais chorei.

O tempo tá passando e tem muita coisa ficando pra trás. Eu mesma fiquei também. Me deixei, me esqueci e me renovei. Hoje sou o que costumo chamar de mim.

Afinal de contas, o que nos trouxe aqui? Medo ou coragem ?

domingo, 24 de julho de 2011

sobre me deixar,


Sinto falta de mim. Sinto falta de ser como era, de pensar como pensava, de ter as certezas que sempre tive. Me olho no espelho e vejo outra eu, com novas ideias, novos conceitos, novas verdades, novos planos. Vejo outra eu, com um destino diferente, uma vontade diferente, com ideais diferentes.

Sinto falta de mim, do meu perfume, da minha vontade. Sinto falta das minhas palavras, dos meus sentimentos.

Passei tanto tempo comigo que passei a não me dar o devido valor. E hoje, tão distante de mim, me desejo a cada dia mais. É como se eu tivesse me perdido em algum instante desses dias iguais e noites quentes. Como se eu tivesse me deixado pra trás, me esquecido, não me ouvido gritar por socorro. É como se eu não decidisse que mereço mais do que a mim mesma.

Sinto falta de chorar comigo, rir comigo, estar comigo. Falta do meu eu inspirador, meu eu cantante, meu eu poeta. Sinto falta do meu exagero, da minha alienação, do meu falso moralismo. Sinto falta do meu cinismo, minha risada escrachada, meu teatro. Sinto falta do meu coração mole, do meu amor por todos, da minha dignidade e do meu orgulho de mim.

Sinto falta de cantar livre pra mim mesma, de respirar fundo pra mim mesma, de controlar a minha própria cabeça. Sinto falta de mim.

Quem sabe um dia eu não volte pra me buscar, volte para meus braços, volte pro meu perfume. Quem sabe um dia eu não retorne a mim, com o desejo de quem ama a si, venera a si e se colocar sempre em primeiro lugar.

Quem sabe um dia eu não, eu sim ...

eu volte a mim.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

de equilibrio e sustentabilidade,


Existem mil formas de sentir. Mil formas de dizer, mil formas de negar, mil formas de demonstrar as coisas. Cada um tem a sua. Às vezes eu sofria por achar que meus sentimentos não eram correspondidos. E não falo só de amor. Falo de gratidão, de amizade, de apego. Sofria sem saber que as pessoas sentem diferente.

A vida leva as pessoas de você. Todas, sem exceção. A vida não perdoa, não tem dó, não dá 'segunda chance'. Só as pessoas mais fortes permanecem. Ou voltam.

As pessoas vão e o que fica são só as lembranças. Boas, ruins, lembranças. E, em algum momento, você para diante de uma fotografia, uma música, um perfume e se lembra de segundos, dias ou anos com alguém. E se pergunta, onde está? Para onde foi? Em que momento se perdeu de mim se o plano era olharmos juntos pra mesma direção, hein Renato Russo ?

O que eu não quero lembrar hoje é daquilo que jamais conseguirei esquecer. Dias de luta, dias de glória, dia de vocês.

As pessoas sentem diferente, demonstram diferente e se vão. Cabe a você deixar no peito o som dos melhores risos e o gosto das lágrimas secadas. Sente, e sente do seu jeito. Que não é igual ao meu, mas que precisa ser na mesma proporção pra não desequilibrar.

Se desequilibra, derrama.E se derrama, desperdiça. E amor, amizade, união desperdiçados, se tornam frágeis demais pra se recomporem. E se vão, se afastam, se tornam as coisas

sobre o que eu não quero lembrar.

sábado, 2 de julho de 2011

sobre confiança, verdade e amor,


Te amo, será que é tão difícil entender ? Te amo, como só amei uma vez e jurei jamais amar de novo. Te amo e só eu sei o quanto dói quando não confia em mim, quando não confia em si.

Te amo e me machuco todas as vezes em que você não olha pra trás, todo caminho de espinhos e rejeição que trilhei até você.

Te amo e só eu sei o quanto foi difícil aceitar isso. E, quando percebi que o amava, lutei. Lutei com todas as minhas forças, dispus de todas as minhas armas, corri contra o tempo. Te amo, e lutei pra te ter.

Te amo e não preciso de mais ninguém. Ninguém com dinheiro, com carro, com olhos claros ou com ombros largos. Te amo e preciso SÓ de você. Com seus olhos lindos, seus abraços únicos, seus beijos.

Te amo com toda sua implicância, com toda a sua desconfiança, com toda a sua insegurança.

Te amo, te amo mesmo. E nem eu sei porque, depois de tantas discussões, ainda insisto em nós.
Ou talvez eu saiba.

Te amo e em você encontrei a 'paz' em mim. Te amo e sem você não sei seguir.

Me machuca, me fere, mas não me deixa. Porque eu sei que seu coração está comigo.

Te amo e esta carta é pra você. Te amo porque é tempo de dizer, o quanto você é pra mim.

Te amo e não quero pedir pra confie em mim. Quero que confie, porque quer confiar.

Te amo e estou tentando amadurecer ao seu lado, me desculpa se às vezes pareço falhar.

Te amo, não duvida, não questiona, não acusa.

Te amo, confia em mim.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

sobre troféu e banalização,



por @mariah_brandt


"Vejo tanta gente louca querendo um namorado, uma namorada, alguém pra passar o tempo, dar risadas, compartilhar segredos e todo aquele blá blá blá.. Sonham com isso e ficam inquietos se estão solteiros, querem alguém pra chamar de seu a qualquer custo.

Essa ambição é, no mínimo, estranha. Nos ultimos tempos tenho visto casais que só serviram pra me confirmar a teoria do Renato Russo: não basta o compromisso, vale mais o coração. Querem achar alguém, colocar um rótulo, uma coleira com seu nome escrito e sair mostrando por aí como se fossem um trófeu. Geralmente esse mesmo tipinho de casal é aquele que proibe de falar com os amigos, gostam de pensar que antes do namoro o outro ser não tinha vida, amigos ou família e o pior é quando o outro se submete a isso.

O problema é que banalizaram a palavra AMOR. Abram suas mentes! Se você falar pro seu amigo que o ama, não significa que você quer ficar com ele, significa que você ama ele, pronto! Deixe o drama pra quando ele disser ''quero lhe pegar'' mas enquanto não forem essas as palavras, parem de inventar coisas que não existem.

Evitem o desejo de entrar na mente alheia, você nunca vai ser dono de ninguém e pode até ter uma ideia do que se passa na mente de alguém mas nunca vai saber exatamente, nos mínimos detalhes, o que se passa por ali. Por mais que você queira, algumas pessoas, em algumas situações, nunca vão ser totalmente sinceras com você, é natural.

Nada mais digno do que aceitar isso e viver com seu próprio eu, deixando o eu do outro com ele, tentando dividir somente o que for relevante e compartilhando momentos bons, cultivando o respeito mútuo sem cobranças absurdas e violentas, feito isso, não se surpreenda se suas relações amorosas durarem bem mais."

de vocês em mim,

Sinto saudades. Saudade de poder estar com vocês. Saudades de não perder um minuto sequer da vida de vocês. Sinto saudades de cantar, chorar, passar raiva com vocês. Sinto saudades amigos.

Sinto falta de ter a certeza de que encontrei pessoas que vou levar pra vida toda. Sinto falta de olhar fotografias e dizer orgulhosa 'são sim, meus melhores'. Sinto saudades imensas.

Sinto ciumes, raiva, mágoa. Sinto que os perco aos poucos, como filhos que saem de casa e deixam a cama vazia. Só que, neste caso, fui eu quem os deixou.

E vocês cresceram, longe de mim, longe dos meus olhos, longe dos meus abraços. E se esqueceram de tudo, como se tudo não fosse nada.

Sinto saudades melhores, saudades de nós. Saudades de sofá do shopping nas tardes de quarta, de 'black' nas sextas no Gol de Placa, saudades das traquinagens da terças pela manhã, saudades das palavras de apoio misturada a conselhos idiotas que me faziam sorrir.

Saudades de poder abracá-los e dizer, de fato, como os amo, os amo e os amo. E de como não sei viver sem vocês. Viajei o pais inteiro e, dia após dia, não parei de pensar em vocês um minuto sequer.

Porque os amo. Amo como filhos, amo como irmãos, amo como os melhores.

Estou magoada sim, mas eu sei que isso passa. E tudo o que eu disse é da boca pra fora. Eu sei que a maneira com que eu os amo não tem reflexo. Afinal, cada maneira de amar é diferente. Mas eu eu amo assim, escancarado, pra quem quiser ver. AMOR, de verdade.

Sinto saudades de nós. Saudades do laço, do tripé, da confiança. Sinto saudades das noite mal dormidas e das horas ao celular. Sinto falta dos perfumes.

Os amo amigos, e isso nunca vai mudar. Estando vocês ao meu lado ou não, vocês serão pra sempre, parte imprescindível de mim. Meu melhor, meus melhores.

Eu sinto MUITA falta de vocês.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

carta para mamãe,

Mãe, cresci. E onde está voce que não no quarto ao lado, ouvindo minha voz que treme, gritando um copo de água. Cresci mãe, e voce nao esta aqui. Ou está, através desta tela, e destas caixas de som, ou desse celular que toca o dia todo. Cresci mãe e você nem viu. Quando abriu os olhos viu minha cama vazia, meu armário só com aquilo que não me servia mais e as bonecas que deixei..

Levei comigo meia dúzia de documentos, uma vontade e muita coragem. Nos bolsinhos da frente, deixei as lágrimas, as saudades, e o medo. As vezes mãe, esqueço esses bolsinhos abertos e choro por alguns instantes. Daí fecho, porque sentir saudades não me ajuda.

Comida mesmo, não como. Aquela historia do arroz e feijao que nutre o corpo que a senhora sempre disse, existe só quando como fora de casa. Dentro é refrigerante, bolacha, hamburguer.

Saio sempre mãe, e não preciso te pedir permissão. Hoje, peço permissão a alguem que me nega ir a festas bem mais do que você me negou: o dinheiro.

Cresci mãe e hoje te ligo pra dizer que consegui um emprego e, nessas férias não volto pra casa. Ficarei, suportarei, permanecerei aqui, porque nada me abala quando caminho para meus sonhos. É mãe, ainda levo comigo as asas que me deu, e a maior parte da minha mala é de conceitos, ensinamentos.


Voei e a liberdade que tive foi você quem me deu mãe. E por isso voo cada dia mais alto, cada dia mais longe. Medo? Isso a senhora não me ensinou a ter. Sei que tenho para onde voltar se algum dia, por acaso, alguma coisa muito dificil me acontecer. Fora isso mãe, permanecerei aqui, crescendo e superando minha própria solidão.


Estou aprendendo a lidar comigo mesma mãe, e como eu queria que a maioria das pessoas ao meu redor sentissem a mesma sensação que eu. Aquele sorriso tímido de quando resolvo qualquer coisa, sozinha.


Sinto saudades mãe, mas sinto também vontade grande de orgulhar-te. E agradecer, da melhor forma, a liberdade que me deu, no instante em que me deu asas. E estas mesmas asas usarei para regressar ao quarto ao lado, com mil histórias para contar-lhe sobre minhas vitórias, trajetos e glórias.

Cresci mãe, e a gente nem percebeu. Nem você, nem eu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sobre ex periências,


Ex não é um prefixo bom. Ex namorado, ex marido, ex amigo. O significado é pesado, traz coisas pesadas, lembranças que a gente leva como lei que não devem ser lembradas. Pra que gente? Ex é só um pedaço da sua história, que prova que você viveu, que chorou, que já fez coisas pra se arrepender ou pra lembrar pra sempre.

Eu acho bem sem noção essa coisa de que ex é inimigo. Aí você vem com 'mas depende de como foi o fim do relacionamento, traição por exemplo é motivo de não falar com ex'. Pois é, eu não acho. Acho que já foi, já traiu, já chorou, já terminou e é isso, cada um segue sua vida. Ninguém precisa odiar ninguém, não faz sentido.

Pior que ex que odeia ex é atual de ex que odeia ex (confuso!). Gente, por favor, odiar alguém que você nem conhece, através de conceitos formados por alguém que já vem de uma história conturbada não é das atitudes mais adultas do mundo.

Eu não acredito em ex amigo, suuuper amigo. Mas acredito em respeito. A gente tem que saber respeitar, saber colocar a vida pra frente, e não torcer contra, evitar, denegrir. Isso só prova que você não conseguiu lidar com tudo o que aconteceu.

Cada um tem sua vida, cada um tem seu destino, as pessoas mudam, os gostos mudam, e sempre chega a hora em que o camelo tem sede. A gente tem mesmo que parar com esse negócio de odiar, guardar mágoa, disseminar o ódio e o passado. O que passou a gente guarda pra gente, ruim ou bom, a gente filtra e guarda como EXperiência.

Não odeio, não tenho mágoa e desejo que todos os 'ex' da minha vida sejam felizes, como todos devemos ser. E você, também não odeie, não ignore, não finja indiferença, se no fundo, você só não quer lembrar de quanto foi feliz.

E não me atirem pedras pelo post, não é pra ninguém em especial, é só um desabafo. Amar mais, que o mundo vai ser melhor assim.

Porque odiar não é não amar. É amar demais e não poder tocar.

ps: estou apaixonada, é.

sábado, 7 de maio de 2011

de pendências e dependências,


É tudo uma questão de dependência. Nada funciona assim, perfeitamente, nada está sempre bom. Eu, por exemplo sempre tenho alguma pendência, alguma coisa pra resolver, algum plano. E isso não é ruim, não mesmo. Ruim é acordar sem ter no que pensar, no que fazer, no que planejar. É não precisar ter preguiça de ir pra faculdade, pro colégio, pro inglês, pro balé. É não ter que se preocupar com a roupa que vai usar na entrevista, que vestido vai ficar melhor na festa, que sapatilha usar com a saia nova. É não ter que se preocupar com a entrega da resenha do livro, da maquete, do trabalho de biologia ou com o simulado pré-vestibular. E isso é realmente muito triste.

Pareço louca dizendo que seria chato não ter preocupações, mas acredite, seria mesmo. Seria chato simplesmente não ter o que fazer quando todos os outros têm. Essa semana eu tenho muitas coisas pra fazer. Aliás, nas última semanas eu tenho tido muitas coisas pra fazer e estou, quase sempre, deixando tudo pra última hora. Não que isso seja certo, mas acho que trabalho melhor sob pressão, sempre fui assim. Tive dois meses pra fazer uma resenha e não fiz, e ela é pra ser entregue na quinta-feira.

Daí você se pergunta porque meu post começou com "tudo é questão de dependência" e eu te respondo. Porque estou escrevendo sobre tudo o que tenho que fazer pensando no magrinho lá, que deve estar trabalhando a uma hora dessas, que eu já liguei milhões de vezes, já mandei zilhões de mensagens e não me atende. Tá bravo, desde hoje cedo, por algo que não sei o que é.

E eu, que tenho milhões de coisas pra fazer, consigo pensar em uma só. No porque de toda essa irritação. Não gosto de gente que fica bravo e não conversa sobre o assunto. É como se eu tivesse que adivinhar o porque. E adivinhar leva tempo, afinal, nem sempre o que é errado pra você é errado pra mim. Aí, o tempo passa comigo tentando adivinhar e a gente fica nessa situação chata. Não é mais fácil falar o que te incomoda ?

Ou responder mensagem, ou me ligar de volta. Eu falo na hora. Transpareço tudo que sinto. Não que isso seja bom, mas, é menos trabalhoso pra outra pessoa. Se fico chateada, fecho a cara, fico estranha e depois, converso, abro, digo porque me irritei. E acho tão mais fácil do que simplesmente chegar e dizer "você sabe porque estou brava". Porra! Se eu soubesse não estaria perguntando .. Ok, desculpem o palavrão, mas é que isso sim me irrita muito. A falta de objetividade das pessoas.

É muito chato não ter com o que se preocupar, e pior ainda é ter que se preocupar com o que não precisa de preocupação. Alguém que tá ali pra nos fazer bem,nos tirar das preocupações por alguns minutos, nos fazer sorrir. Alguém que de repente some, desaparece, não dá notícias e sequer explica. Eu, sinceramente, não consigo entender.

É tudo uma questão de dependência. Meus problemas dependem de mim, e eu dependo de você pra poder ter cabeça pra resolvê-los. Vamos descomplicar.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

dos amores que eu tive,


Por eu acreditar que tudo aconteceria da mesma forma e não está acontecendo acho que está tudo confuso assim. Os momentos de crise que são contínuos não conseguem sobrepor os fofinhos e desejamos estar um na presença do outro a todo instante, o que gera outras crises.

Engraçado como já 'amei' tantas vezes. É só passar o olho por meus textos que consigo me lembrar do quanto já me apaixonei perdidamente e tão rápido me desapeguei. Chorei, chorei e muitas vezes afirmei nunca mais chorar, nunca mais gostar, nunca mais 'amar'.

Mais engraçado ainda é perceber como as coisas acontecem sempre da mesma forma. A paixão avassaladora que vem logo depois do interesse, a vontade absurda de possuir, de estar junto todos os dias, de ligar, de segurar as mãos, sentir o corpo.

E, em poucos dias, qualquer um se transforma em insubstituível. E se vai, deixando o vazio, questões, lágrimas e juras 'eternas' que duram o tempo de uma nova festa.

Interessante mesmo é eu ter completa consciência deste ciclo e, simplesmente ser personagem todas as vezes, da mesma maneira.

E não vou dizer que com você foi diferente. Talvez, alguns elementos da sua personalidade tenham transformado uma situação ou outra, mas a essência é a mesma. Não sei se o fato de você ser tão inflexível, direcionado e sistemático de tal forma a ponto de me interessar tanto. E negar qualquer sentimento que nos traga regras, só faz com que vivamos um jogo com prazo de validade.

Eu quero te deixar ir, completar o ciclo, tornar-se nova ferida, novo texto melancólico. Quero, mas não consigo. Não sei ao certo o porque, a única coisa que tenho consciência é de que você é o sentimento anominado mais palpável que eu já senti. Porque dos 'amores' que eu tive, você vai ser sempre a melhor coisa que nunca foi minha.

Não se vá, não assim, não agora.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

segregações e afinidades,

A segregação acontece. pode demorar, mas um dia com certeza acontece. as pessoas se aproximam de quem pensa relativamente igual à elas. relativamente porque ninguém pensa igual e até quem é muito próximo se irrita com o outro. a segregação acontece, os rompimentos, as divisões, os comentários. e os segregados agem com se não soubessem o que está acontecendo. natural. o que não é natural é se deixar levar por preconceitos, pequenas implicâncias, falta de motivo.

Eu acho extremamente estranha e falsa a maneira com que as pessoas acham que todos vão se dar sempre bem. ou quando acham que agradam a todos. acho que por eu achar isso uma completa bobagem, visto que ninguém agrada a todos, passo, involuntariamente, a não gostar de quem acha isso. acho que só pra contrariar (e não foi um trocadilho com o grupo).

durante toda sua vida, você acaba gostando mais de um e de outro. eu, por exemplo, não gosto mesmo de gente enjoada. e, confesso, tenho um enorme preconceito à primeira vista com pessoas assim. também não gosto de gente escandalosa, gente que adora ficar cortando os outros, gente invejosa, gente que tem pouca humildade e principalmente é um falso-humilde.

Mesmo não gostando, estou tentando aprender a lidar. eu sou do tipo de pessoa que ou você odeia, ou não vive sem. e eu também não sei ficar quieta, não sei não transparecer meu descontentamento. se não gosto, não gosto. gosto de gente engraçada, gente simples, gente natural, sem frescura, gente que se veste bem. é, se vestir bem. e isso não significa se vestir com roupa cara, e si, ter noção, gosto de gente confiável. gosto muito de gente amiga, gente sem preconceitos, gente que me ouve.

E, não adianta, as pessoas se segregam. tipo seleção natural. cada pólo com seu pólo, oposto pra se atrair. e não necessariamente precisa ser assim, eu mesma hoje já não vejo muita gente que eu considerava 'intragável' como tão chata assim. as pessoas mudam, nossos conceitos mudam, as situações mudam. muita gente que eu adorava, hoje já nem consigo olhar na cara e gente que eu jamais admirei, hoje, tenho muito perto de mim. a vida é assim, une, desune, junta e separa. e muda, e muda, e muda.



Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas somos OBRIGADOS a respeitar todo mundo !

sábado, 2 de abril de 2011

sobre amadurecimento,


Está sendo difícil crescer. Amadurecer, deixar de ser mimada, achar que estou sempre certa, querer sempre atenção. Talvez tenha me feito bem encontrar alguém que me irrita por não fazer o que eu quero, mas que me faz desejar estar sempre ao meu lado por ser tão fofinho às vezes. Sinto como se existisse uma de mim tentando sair enlouquecidamente de dentro de mim. E estivesse rasgando a pele, a carcaça pra poder nascer e se tornar a minha essência.

Maturidade é uma coisa complicada. Você tem que se controlar, respirar fundo, contar até dez pra não dar um show. Pra não querer espancar ninguém, ou simplesmente não fechar a cara e estragar o dia de qualquer um só porque VOCÊ está estressadinha.

Alguma coisa me irrita muito às vezes, e eu não sei o que é. Acho que é o fato de não te ter inteiro, mas te ter quase todo. E, eu poderia jogar tudo pro alto e dizer, "você me irrita demais, tchau", mas não dá. Simplesmente não dá pra te deixar ir, e levar consigo tudo isso que me faz bater de frente comigo mesma, esse poder que você tem de me fazer pedir desculpas, de assumir minha infantilidade, de querer não me irritar, não atrapalhar e nem fazer nada que te faça ir.

Porque eu sei, que daqui a pouco tempo, você terá que ir. Exatamente por ser como eu sou. Exatamente por ser capricorniano, independente, errante, igualzinho a mim. Você vai ter que ir pra de onde eu vim e pra onde sempre volto. E eu sei que vai doer, como dói quando deixo os meus pra vir, ou pra ir.

Você vai, mas vai deixar comigo tudo isso que me ensinou, que me jogou na cara e depois me encheu de beijinhos e carinhos e cuidados. Você que dorme oito horas por dia, come proteínas e gosta de ver cachorrinhos na internet. Você que em tão pouco tempo, já deixou sua escova de dentes aqui.

Brócolis.

segunda-feira, 28 de março de 2011

do que vem de mim,


“Tenho que acordar cedo, tenho que acordar cedo”. Ela pensa enquanto fixa os olhos na tela do notebook e faz seus dedos conversarem com todos os amigos que a tecnologia pôde lhe dar. “Tenho que acordar cedo”, e olha no relógio que já marca meia noite e meia. E quando seus olhos se fecham por alguns instantes, carregados de sono, ela acorda e decide enfim, desligar-se do mundo, viver off-line. “Tenho que acordar cedo”, ainda pensa enquanto programa o despertador em três horário diferentes, pra ter certeza de que pode dormir mais um pouquinho ou não pode dormir mais nada. “Tenho só mais cinco horas pra dormir”, é no que ela pensa depois. E apaga a luz do quarto, que fica escuro, e trancado. Nunca conseguiu dormir de porta aberta. E pensa, e olha mil vezes no visor do celular a procura de uma mensagem, uma ligação perdida, um sinal de vida. E começa a refletir, e pensa, e pensa, e lembra. E fica inventando situações, cenas, vontades. E pensa no que quer, no que não quer, no que gostaria. Pensa muito, até os pensamentos virarem sonhos e, ainda sim, existirem em sua mente como contos mal-interpretados, histórias de contos-de-fada.

O despertador toca uma vez e ela se levanta. Desliga, olha pro horário. “Estou atrasada”. E o segundo pensamento é até mais comum. “Uma hora e meia até a faculdade”. E pega o shorts que mais gosta na gaveta, por já não mais saber vestir calças em Manaus. E, em uma gaveta repleta de blusas brancas (que não absorvem calor, teoricamente), retira uma, se veste e se põe a, mecha por mecha, destruir os cachos que já não mais compõe seus cabelos. E se pinta, batom rosa, rímel, olhos bem marcados. E sai, com o fone de ouvido no último volume, para não escutar os ruídos do mundo. E entra em um ônibus lotado, mas que ela já sabe andar. E tem consciência que, pontos à frente, a maioria das pessoas desce e sempre sobra o lugar lá na porta da saída, o lugar mais alto do ônibus, onde a janela ventila bem, do lado direito, afinal, depois do retorno, o sol bate no lado do motorista. E vai, ouvindo canções da sua vida e lembrando-se de quanta gente deixou pra trás. E quantas vezes se pergunta por que fez isso, por que fugiu aos seus, porque tão longe de casa? E de onde tanta coragem?

E, uma hora depois, ela desce no meio de outras centenas de pessoas, indo pra diversos lugares. O terminal é apenas um pedaço do caminho que foi percorrido. E espera, espera e espera o ônibus que a levará até o campus. “Estou atrasada” é só o que consegue pensar ao conferir as horas no relógio. E enfim, se vê dentro do ônibus, que, muitas vezes são três, ao invés de dois, na busca de rotas alternativas, mais dinâmicas, rápidas, menos cansativas.

E chega, e corre pro banheiro para lavar as mãos e retocar a maquiagem. E vai até a sala, onde senta, acomoda-se no aconchego do ar condicionado, copia e tenta se atualizar no que esta acontecendo lá. “Perdi a primeira chamada, droga!”. E fica, e pensa, e reflete, e se entrega a seus pensamentos quando, em algumas vezes, cai no sono e acorda preocupada em ser notada. E pensa no futuro, nos planos e nas ações que a levarão até eles. E responde a segunda chamada, e conta às amigas as novidades do fim de semana, os últimos acontecimentos do caso.

E se levanta. E caminha até o R.U, pega fila, dá risada, conversa, vê gente. Come, debate, e caminha até a entrada do ICHL. Vez ou outra vai ao cinema, assiste a uma palestra, passa a tarde conversando, vai ao shopping, ao centro. Porém, na maioria das vezes, entra no ônibus e faz o caminho inverso. Meia hora até o terminal, uma hora até sua casa. E o celular tocando as canções que ela usa pra esquecer o tempo, esquecer o cansaço, esquecer o calor.

E pensa, e canta, e sonha. Andar uma hora e meia traz a vontade e a necessidade de pensar em tudo. “Nem acredito que cheguei”, ao avistar o condomínio, debaixo de todo aquele sol. E se joga debaixo de um chuveiro gelado, deixando a água correr pra se sentir viva. E sai, e troca de roupa, e liga o computador. E vê seus pais, diante da câmera, e ri, e conversa. “Que saudade”. Vez ou outra redige a tarefa do dia seguinte. Vez ou outra lê um ou dois capítulos do livro que a interessa tanto. Vez ou outra dorme sobre a meia luz que o pôr-do-sol faz em seu quarto. E acorda, e come, e espera uma mensagem. E vai pra frente da TV, e aliena-se parte do dia. Precisa disso, se desligar, pensar em nada ou, simplesmente, não precisar pensar.

E volta ao quarto, e conversa, e deixa seus dedos falarem com todos aqueles de que sente tanta saudade. E digita, e ri, e escreve. “Nossa, como é tarde!”. O relógio já marca mais de meia noite. “Tenho que acordar cedo, tenho que acordar cedo”. Ela pensa enquanto fixa os olhos na tela do notebook e faz seus dedos conversarem com todos os amigos que a tecnologia pôde lhe dar. “Tenho que acordar cedo”, e olha no relógio que já marca meia noite e meia. E troca os pensamentos por sonhos ...

quinta-feira, 24 de março de 2011

preferências,


Escolhi para minha vida viver fingindo que não sou, que não sinto e que não sofro. Escolhi contar histórias que não vivi, com personagens que não existem e cenas milimetricamente inventadas por vontade de personalidades e desejos insanos de realidade.

Escolhi andar pelo país, para conhecer muita e tanta gente a rir ponto de não ter espaço ou tempo pra me apegar à alguém. Escolhi fingir que não sou capaz de amar, de transparecer carinho, devoção. Escolhi chorar por dias a fio quando as pessoas simplesmente me abandonam, me deixam pra trás e eu escolhi sentir essa mesma dor, que corrói, que detona e que deixa um espaço vago adimensional dentro de mim.

Eu escolhi fingir que não sinto, que não sinto nada (bom ou ruim), pelas pessoas que atravessam meu carinho. Sofro por antecipação, precipito-me até o instante em que trago meses futuros aos primeiros dias. Escolhi ser independente mas sou, no fundo, totalmente acorrentada aos seus carinhos, seus braços, seus beijos.

Escolhi pra mim, não lidar com pessoas mais velhas, já que jamais suportei qualquer tipo de comando que não fosse o meu próprio. Eu finjo ser o tempo todo. E finjo tanto que, muitas vezes, acredito no mundo e nas situações que crio. E vivo, e tento e tento outras vezes. E bato na mesma tecla, choro as mesmas lágrimas, me empolgo da mesma maneira. E no final, finjo que sou eu, finjo que estou, finjo que nada sinto.

Quando na verdade sinto com todos os poros da minha pela, dependo com todas as forças que me compõe, e desejo e desejo você, seu sorriso, seu corpo.

Escolhi viver fingindo, escolhi.

segunda-feira, 21 de março de 2011

de precipitações,


Como sou vulnerável e dependente. Como me faço de forte, desapegada e no final, tudo acaba do mesmo jeito. Eu realmente não sei o que acontece comigo, só sei que, às vezes, conheço pessoas que tenho vontade de abraçar e não soltar nos próximos 7 dias que se seguirem. Ai, eu me machuco. Ou fico como estou agora, com medo de sentir. Tá gente sei que sou precipitada, se mas não consigo ser diferente. Fico o tempo todo pensando que, meu sentimento pelas pessoas é inversamente proporcional a vontade delas de estar comigo. Quanto mais eu gosto, menos eu tenho. Aí, passo a viver com medo, com estranheza, com cautela. E eu fico assim, inquieta, querendo uma pessoa só, um beijos só, um carinho só e uma presença só. Esqueço tudo o que me incomoda e tenho uma vontade enorme de viver tudo de novo. A preocupação, a vontade, o envolvimento. Daí você se vai, e eu fico aqui, sofrendo. Quantas vezes isso já não aconteceu ? Daí eu me finjo de valente, de 'nem aí', quando na verdade sou a pessoa mais mimimi desse mundo inteiro. Pois é, só são três dias, vamos ver o desenrolar da história, afinal, é torcer pra não ter o mesmo final de todas as outras. Outro dia lhes conto o desfecho, o que me resta é torcer.

Por você, por mim, por nós.

quinta-feira, 17 de março de 2011

de melodias em mim,


O que todos procuramos ao voltar. Voltar pra onde? Você evita construir vínculos, na tentativa egoísta de não sentir saudades NUNCA. Mas, na prática, isso não acontece. A cada instante a mais, desde que você abre os olhos, você está em contato com milhões de pessoas, milhões de outras histórias, milhões de outros pontos de vista. Você sorri, sem motivo, sem qualquer motivo. E se despede, com vontade de ficar. Você volta pra um mundo que somente VOCÊ administra. Dorme a hora que quer, come o que cozinhar, vai pra onde quiser, isso SE o dinheiro der. E você acha que cresceu, acha que é livre, acha. Você só quer andar acompanhada e afirma, à todo instante, que não precisa disso. Mas, na verdade, você sabe que procura, a cada novo olhar, a cada palavra. E só você sabe o quanto é difícil enxergar que, na verdade, você tá procurando ele em alguém. E por isso, tá tão dificil de achar? Me liga, me chama pra jantar, ir ao cinema, ou que seja, tomar um sorvete. Lembra de mim, nem que seja um minuto do seu dia, quando não estiver pensando em nada. Se me dissessem, há três anos atrás, que você iria embora, eu não acreditaria. Eu teria a certeza de que todos estariam enganados, afinal, você disse que estaria ao meu lado SEMPRE. Que engraçado, eles estavam certos, mas, mesmo assim, o tempo não passou pra nós. E não é que você se foi mesmo? E não é que só o que deixou foi seu adeus fixados nos meus olhos? E não é que, o tempo passou pra nós? E hoje, não é mesmo que não sofro mais? Não sofro? Desejo, desejo com toda força que você possa estar aqui. Do mesmo jeito que se foi, do mesmo jeito que já foi um dia, com o mesmo sentimento, sem os erros, sem os outros. Se me dissessem, há três anos atrás, que você me deixaria, eu riria deles. Afinal, você me prometeu. E, por falar em saudade, onde anda você mesmo? E aqueles planos, mal construídos em cima de areia? Onde estão todos os sonhos? Ainda posso ouvir o riso que ecoou na noite em que falamos de nós mesmo. Nossa, tanto tempo aqui e eu falando de você. Esse texto tinha outra função, mas acabou chegando em você? Alguém vai dizer: deve ser porque ele não sai de você. E eu digo: deve ser porque nada jamais sai de mim. Sou um acumulo de sensações, um acumulo de desejos, um acumulo de vontades, um acumulo de histórias, um acúmulo de vocês. Porque no fim, todos somos. Entre CPM22, Pink, John Mayer, Tiê, Maria Gadú, Capital Inicial. Todos vocês ainda estão em mim. Eu deveria saber que 'pra sempre' não é nada.

Aliás, prefiro que sejamos nada. Dizem que NADA dura para SEMPRE.

quinta-feira, 3 de março de 2011

estágio,


A intenção inicial é matar as saudades. É chegar e reencontrar os amigos, as cenas familiares, a família. E poder abraçar e sentir o cheiro de costume, de rotina, de infância. A intenção é realmente essa. Daí, você sai, muda de rotina por um mês e tudo muda, tudo se transforma, todo o rumo das coisas se esvai. E você tem uma nova visão.

Tem novos amigos, novos rostos conhecidos, novos sorrisos. Você conhece novas pessoas, que te fazem mudar de opinião, que jogam seus conceitos irredutíveis na parede, que te contradizem, te desafiam e, assim, você cresce, você amadurece, você se apaixona por ideais que não são seus. Assim, quando você decide, o tempo já não esta mais a seu favor.

Três meses voaram e você se vê ali, a dias de ir embora, a dias de voltar pra sua realidade, pro seu destino. E você, que tinha a intenção de matar toda a saudade, agora sofre por antecipação pela saudade que sabe que vai sentir de todo mundo que conheceu.

De todas as ideias, de todos os conceitos, de toda pseudo rotina. E, por instantes, você decide ficar. Jogar tudo pro alto, só pra não perder denovo esses olhares tão aconchegantes como abraços. Esse sorriso, esse humor. Mas, isso passa. E você volta a realidade, a contar os dias que faltam pra você ir.
Parece injusto, mas foi algo que eu escolhi pra mim. Parece insensato, contraditório, mas não é. A sensação de dias contados, de perda, de saudade é o que me motiva a ir.

O fato de dar valor, a dias, a semanas, a momentos. Parece injusto, estranho, mas é .Vou sentir muito a sua falta. Vou sentir falta da sua imaturidade misturada com seu charme, da maneira como passa a mão na testa arrumando o cabelo com o indicador e polegar. Do jeito como seu rosto fica vermelho quando ta com calor, e do seu perfume, que toma todo o ambiente quando chega. Do seu sorriso, que tive tão poucas vezes ao meu lado, mas em que todas essas vezes me enxeu de sentimentos bons. 


De falar com você no msn, olhar pra cima do monitor e achar seus olhos lá, tímidos fixados na tela. De rir pra você me notar, andar pra você me notar, fazer você me notar. Te fazer se enxergar em mim. E mesmo sabendo que nada existiu, você foi a melhor coisa que jamais foi minha. E eu te proibo de me esquecer, te proibo de me perder, te proibo. E te proibo de ser tão contido.Na minha memória, o seu 'pra sempre', os nossos caminhos que trilham pra gente se ver, e meu reflexo pra sempre nas lentes dos seus óculos, né?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

e por falar em saudade,


Não, isso não muda. O tempo pode passar, vocês podem passar anos sem se ver, e a lembrança de tudo o que viveram pode, de certa forma, deixar de ter toda essa nitidez, mas nada, nunca vai apapgar tudo de vez. Ninguém muda por completo, ningém muda toda sua essência. Você sabe que te procuro aonde posso e eu tenho a total consciencia de que você faz o mesmo. Não é porque nossos corações estão distantes que deixaram de bater compassados, no mesmo ritmo. Não é porque a cabeça foi pra um lado oposto que as coisas vão mudar. Afinal, não é a cabeça que faz a gente gostar, não é?
Como é possível manter uma distancia tão grande de alguém que, há pouco, era tão próximo ? Como é possível pronunciar tamanho desprezo por alguém que, há pouco, era tanto amor?
Ninguém odeia sem motivo, sem precisão, sem nexo. Ninguém odeia quem tanto amou, puramente amor? Ninguém que não queria fingir, pra fugir, de mim, de si, de tudo que construimos ... juntos.

E por mais que os castelos de areia sejam destruídos pelas ondas, os grãos que o construiram ainda estão dispersos no mar.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

sobre aquelas sensações,

Acordar com a sensação de que falta alguma coisa no seu dia, ou que você está deixando faltar na vida de alguém. Acordar e perceber que o dia já não está assim tão claro, e que você perdeu o sono no meio da noite porque existe alguma coisa dentro da sua mente que invadiu seu sonho e te trouxe pra realidade. Acordar sem abrir os olhos, no medo de enxergar a mesma coisa de sempre a sua volta, nos mesmos lugares do mesmo jeito. Acordar, quando o sono é o único momento em que a dor parece inexistir, e assim, acordar sem se levantar, no medo de ter que enfrentar o frio, a saudade, a solidão, a palavra, a conseqüência. Acordar e perceber que já não se tem mais nove anos, que sua vida não depende de mais ninguém que não seja você. Acordar e ter que se vestir, se mascarar pra ser alguém que não se é, seis, sete, oito horas por dia. Acordar e lembrar a dor de cabeça, voltar a sentir a cólica, a dor no corpo, o cansaço. Ou simplesmente acordar e sentir que novos dias trazem novos sorrisos e, algumas vezes, deixam pra trás aquilo que aconteceu ontem. Acordar e abrir os olhos pra um novo dia que começa, em que se pode voltar atrás, pedir perdão, recomeçar, tomar um remédio, um empurrão, um impulso que te leve pra frente, que te motive, porque novos dias, novos olhares, acordar de novo, são tudo aquilo que precisamos pra terminar os dias com a certeza de que teremos novas chances.

Acordar é bem mais do que abrir os olhos e se fazer consciente.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eu, por mim.

Como a gente precisa. Precisa de emprego de namorado, de amigo, de dinheiro, de casa, de carinho, de balada, de música, de sangue, de ar. Como a gente precisa ser bem sucedido, ser paparicado, ser bonita.

A gente precisa sair de casa pra dar valor, precisa chorar e sentir saudadas pra perceber que faz diferença, precisa perder pra saber que era sim, insubstituível. Precisa de noite e álcool pra ter coragem, precisa do dia pra por biquíni, precisa de sol pra usar mini-saia e precisa de lua pra usar vestido de paetê.

A gente precisa de um ombro pra chorar, de uma boca pra desejar, de um abraço pra sentir que tudo vai dar certo. Precisamos de alguém que nos dê o fôlego que precisamos toda manhã, precisamos do perfume que faz nossa memória trabalhar e precisamos da força que tiramos de não se sabe onde pra voltar a caminhar.


Precisamos do vento, da imagem, do sangue correndo nas veia pra tomar coragem.
Somos frágeis a ponto de precisar de tudo, a todo tempo, a todo instante.
Amor, amizade, carinho, saudade, dor, coragem.


Precisamos,
E ainda tem gente que diz que se basta.