sábado, 27 de novembro de 2010

acredite em mim,


Você sabe que ele está lá. Você sabe que ele está errado. Você tem consciencia de que o mais coerente e óbvio a se fazer é ignorar o que se trata dele, o lugar onde está, as pessoas com quem anda, os depoimentos que anda recebendo e as mentions que faz.

Você sabe, mas, não consegue. Dá F5 de minuto a minuto pra ver se alguém mandou um recado, fica toda hora atualizando a HOME do twitter dele só pra tentar achar nas entrelinhas uma mensagem pra você. Ouve músicas e, inevitavelmente, lembra daquela noite, só vocês dois, olhando um nos olhos do outro, falando de futuro e fazendo promessas.

Lembra da noite em que dormiram abraçados e você teve a certeza de que dessa vez era mesmo a pessoa certa. Daí, você vai seguindo o cronograma de vocês, até chegar em quando ele começou a ficar estranho, a mudar, não usar as mesmas palavras, nem ter os mesmo gestos.

Percebe que tudo desmoronou assim, de um dia pro outro. E de um dia pro outro também, ele passou de um mero desconhecido pra uma das pessoas que você não consegue passar um dia sem ligar. E, de uma hora pra outra, tiram de você.

Como um daqueles brinquedos interessantes que ganhamos quando criança, como aquelas drogas chamativas de baladas. Vêm e vão assim, do nada.

E do nada você tem que fingir que nada aconteceu, senão, você sofre. Um furacão passa pela sua vida, destrói tudo e vai embora, deixando pra trás o silêncio dos anjos e tudo completamente revirado. E você ? Oras, você tem que lidar com isso.

No começo vai doer mesmo. Dói como perder um celular novo, quebrar uma única unha, borrar o esmalte recém pintado. Frustra. E você demora um poco pra viver sem aquele desconforto da perda de algo que nem tempo teve para se firmar.

Mas, na geração em que vivemos, tudo é tão rápido que, os relacionamentos tambem são. Vêm, passam, se vão. E você tem que saber lidar com isso. No ninguem é pra sempre, muito menos insubstituível.

Um dia, quando você menos esperar, não vai mais olhar pra página do orkut dele e já não vai achar que aquele “vidas que se desencontram” no twitter dele é pra você. Não vai mais sentir aquele frio na barriga quando ele postar uma foto com uma menina que você não conhece. Um dia, você vai lembrar dele naquela contagem dos meninos que você ficou, daí, talvez você pare, quando pronunciar o nome dele e deixe passar na sua mente um curta-metragem dos momentos de vocês dois. Esses momentos que doem tanto agora, nesse dia vão arrancar de você um sorrisinho de canto de boca e quissá um suspiro.

Já não aconteceu outras vezes ? Então ! Seque essas lágrimas e espere. Ou ele ir de vez, ou voltar. Porque se for pra ele ser, de fato, diferente na sua vida, ele volta. Acredite em mim, ..

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

de corações cansados,


Cansei. Cansei de me jogar e perceber que não há rede. Cansei de pular, mergulhar de cabeça e cair, em um dos maiores tombos da minha vida por perceber, durante a queda que não havia ninguém. Cansei de passar o dia olhando no relógio, procurando o som do celular. Já chega de dividir a vida, dividir os sonhos, dividir.


Chega de sentimentos a flor da pele, de beijos ardentes, chega do calor incandescente, do abraço ofegante, dos sons de nós. Chega das trilhas sonoras, das conversas no escuro, falando baixinho, fazendo promessas que só servem pra ficar na memória. Chega de adormecer ao seu lado, com os dedos por entre seus cachos, e acordar beijando-te.


Chega dos lugares, das novas pessoas, chega das velhas discussões. Chega de pensar no futuro, de planejar, chega de te apresentar pra quem mora aqui, dentro de mim. Chega de intimidade, rotina, chega de coincidências e de lembrar do começo.


Não me assusto, não me arrependo. Apenas não quero mais. Não quero mais a queda, não quero mais a dor que só eu carrego depois. Não quero mais sentir ou guardar lembranças, não quero ousar jamais, mudar o caminho que tracei por alguém que não estava lá.


Não quero te querer, não quero levar seu passado pro meu presente, não quero. Não quero as lágrimas que estão aqui por causa do vento que atingiu meus frágeis olhos durante o voo.


Isso não significa que eu não te queira. Isso não significa que eu sofra. Isso só significa que eu não quero passar mais tempo ao seu lado e acabar dependendo dos seus braços pra me aquecer. Não quero depender dos seus beijos pra me fazer sentir. Não quero depender das sua palavras pra seguir em frente. Não quero depender.


Cansei e não me acompanhe. Não há mais nada que possamos fazer, juntos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

não me acompanhe,


Não é possível não viver uma felicidade. Você pode até pensar em se preocupar com outras coisas, outros detalhes, outras pessoas. Mas, você precisa viver isso. Você sorri, sem parar e inconscientemente, mesmo sabendo que existe alguém chorando. Alguém que não superou, alguém que não vive o mesmo momento que você. É hora de ser feliz, hora de pensar só em si mesmo, e viver. Viver um momento, viver uma paixão, viver uma companhia, viver um sentimento.

É hora de seguir nossos próprios passos rumo a felicidade e, se alguem chorar pelo caminho, oferecer nossas mãos sem, em nenhum instante, deixar pra trás o que nos faz feliz.
Passei muito tempo me preocupando com os outros e eu, sempre fui sombra. Me esqueci da sensação incrivel que é me sentir acompanhadamente feliz.

E hoje, posso sorrir, mesmo que as nuvens negras se instaurem ao meu redor, mesmo que as pessoas torçam pela minha queda, mesmo que meus próprios 'amigos' desejem que isso não dure.
Alimento minha felicidade, com a certeza de que ela não é pra sempre. Por isso sorrio, vivo, e curto cada momento, pensando exclusivamente em mim.

Porque no final, serei somente eu.
Me desculpem os tristes, mas hoje vou ser egoísta e ser UNICAMENTE feliz.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

daquilo que eu chamo,






Viver em equilíbrio, sentir-se bem e fazer sentir bem. Não se exaltar, não criar situações constragedoras, não ser inconveniente. Não parecer muito interessada, não criar distanciamento. Não esquecer, não deixar de lembrar. Não estar, não partir. Não gostar do que vê, não fazer desfeitas.

Pensar no que é melhor pra si, e pros outros. Mesmo vivendo essa vontade incandescente que grita dentro de si, controlar-se. Os lábios pedem outro daquele beijo que foi doce. O corpo vira na cama, desejando inconscientemente outro corpo, outro calor. Donos de uma respiração ofegante.

Fechar os olhos e tentar esquecer daquilo que se lembra a todo instante. Olhar pro celular de 2 em 2 minutos esperando uma chamada. Sentir o perfume e por alguns instantes de loucura, sentir-lhe também.

Não nomear as relações, não precipitar-se. Mesmo que esta euforia que te habita corroer sua noção de perigo, controle-se. Isso ainda não é pra sempre, isso ainda não é amor.

Não busque, acalme-se, espere. Espere-se.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

querido diário,

Eu fico muito puta comigo mesma as vezes. Eu tenho uma mania insuportável de me irritar por qualquer coisa e ficar o tempo todo procurando pessoas perfeitas que se encaixem nos meus sonhos infantis e mesquinhos de adolescente mimada. Eu teimo em querer parecer sempre culta e fico me comparando aos outros, querendo tudo de meu jeito e isso me dá nojo de mim mesma. As vezes fico com vontade de voltar no passado e fazer tudo diferente. Tenho vontade de mandar todo mundo pra puta que pariu e falar pra tanta gente que, MAN, eu não gosto de você! Aliás, eu não gosto de gente chata, gente metida, gente cheia de frescuras, gente que se acha melhor porque escuta certo tipo de música, gente que me recrimina por ouvir JB, LS e vertentes.
Porra, vão se foder todos vocês, MÚSICA tem mais a ver com estado de espírito do que maturidade!
Passar o dia em casa as vezes me faz mais bem do que ir pra algum lugar ver um monte de gente se fingindo de bêbada e sentir meu cabelo enrolar vagarosamente.
Eu não quero um namorado grudento, cheio de mimimi. Quero um namorado que respeite meu espaço, me ame, mas que me trate acima de tudo como PESSOA. Um namorado cheiroso, de um abraço gostoso e que se vista bem.
Eu quero um emprego condizente com minha faculdade e quero parar de ser tão irritante e possessiva com meus amigos. Quero parar de procurar nas pessoas os erros do passado e quero parar de ser preguiçosa.
Quero dormir cedo, acordar disposta.
Quero que tudo vá pra puta que pariu e que todos os filhos da puta que me olham de cima a baixo e acham que eu sou otária e acham que eu não percebo SE FODAM!
E peço desculpas a vocês, leitores, que não merecem estar lendo uma coisa tão pessoal e baixa como essa que escrevi, mas eu precisava tirar de mim esse monstro de sensações e raiva que hoje se instalou em mim.
Sem foto, porque não é um post e sim, um desabafo.

IGNORE.

sábado, 4 de setembro de 2010

sobre o que nunca muda,


Tudo estava lá, em seu devido lugar. As pessoas, seus costumes, suas roupas, seus lugares pra ir no sábado a noite. Estavam lá os amores que deixei pra trás, as esquinas pelas quais passei, os desentendimentos, os beijos, as festas. Estavam lá, minha cama, meu travesseiro, meu cheiro espalhado por todo o quarto. Estava lá o laço familiar, o abraço de mãe, a risada de pai.


Tudo, como eu havia deixado. Cinco meses depois as coisas ainda caminhavam como nos últimos 19 anos. E eu abriguei novos amores, novas festas, novas roupas, novos desentendimentos.

Nas minhas férias eu fiz. Fiz tudo aquilo que queria fazer, conheci tantas pessoas que gostaria de conhecer, me apaixonei. Fiquei um dia inteiro sem dormir, dancei até meu pé implorar por um descanso, bebi até minha cabeça rodar mais que eu mesma na pista.


Cantei. Todas as manhãs em que levantava e sentia aquele cheiro de família. Chorei, quando me via sozinha refletindo sobre que tudo aquilo tinha um prazo e que cada dia era um dia a menos que eu poderia passar ao lado deles.


E foi ai que eu percebi que CRESCER não significa apenas sair de casa, morar sozinha e não dar mais satisfações a seus pais.


Crescer é, acima de tudo ter coragem. Ter coragem de deixar pra trás as noites na porta de casa jogando conversa fora. Coragem de deixar pra trás aquelas pessoas que te escutam quando você mais precisa. Coragem de abandonar certos amores, certas festas. Coragem de abandonar o colo da mãe, o sorriso do pai e a cumplicidade das irmãs.


Crescer é estar disposto a começar de onde não se conhece, com quem não se confia. Crescer exige laços fortes, confiança, força. Crescer exige amor pelo futuro. Significa ser saudosista e satisfeito com o que você vê quando olha pro passado.


Crescer dói, machuca e traz lágrimas. Mas só quando aceitamos CRESCER, passamos a viver TUDO com mais INTENSIDADE.


E quem disse que seria fácil ?

sábado, 21 de agosto de 2010

o vazio de mim,


Quando existem mil pessoas ao seu redor e você ainda se sente vazio. Quando mesmo depois de um beijo você não consegue sorrir de contentamento. Quando mesmo depois de uma conversa longa você ainda se sente incompleto.


Quando alguém não te dá toda a proteção que você precisa, quando o perfume não é o mesmo que te faz querer sentir a noite toda. Quando os olhos não brilham, e os lábios não conseguem falar nada que não seja de si mesmo.


Quando você se pega pensando longe, pensando em outro lugar, olhando pra outra direção. Quando mesmo no meio de muita cerveja, música e gente nova, você ainda se sente na vontade de estar na presença de si mesmo.


Quando o onde se torna quando e o porquê se torna talvez. Quando a melhor companhia é a de si mesmo e a única coisa que nos acompanha é nosso pensamento naquilo que nos torna estáveis e nos deixa em paz.


Quando eu cheguei em casa e me vi ... acompanhadamente .

terça-feira, 17 de agosto de 2010

de palavras e conteúdo,

O uso do adjetivo tranforma uma imensidão de sentimentos em apenas uma palavra. Mais nem por isso deixo de ter força de vontade pra mostrar ao mundo o que de fato me faz escrever.

Sua inveja não subtrai o que é do outro, e apenas acrescenta em você a auto-insatisfação que o corrompe pouco a pouco. Sua presença está nos vazios que se camuflam entre meus sorrisos. Sua presença está nos sentidos, escorrendo pelos meus dedos, enxarcando o coração.

Aquilo que se vai, escorre pelos dedos, abandona. Aquele vazio que incomoda a cada passo, a cada música, a cada perfume. Se vai assim, sem aviso prévio. Muda de rumo, busca outro atalho, desaparece. De uma hora pra outra ele já não está mais na linha do alcance de sua visão.


Deixa a memória, só pra machucar mais. Porque a memória é imortal. Você, eu. O nós é rompido e fica tudo assim, como em um início. Até crescermos o suficiente pra entendermos que não existe limite.


Porque perder o nada é empobrecer.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

de preocupações e sorrisos,


Estar feliz. Simples e especialmente assim. A gente passa a vida buscando motivos pra sermos felizes e, inconscientemente, achamos impecílios dentro dos vestígios de felicidade que cruzam nossos caminhos.


Estar feliz porque conheceu alguém que te faz sentir especial, estar feliz porque está com quem gosta, porque as férias vão ser prolongadas, porque conseguiu um novo emprego, porque acordou com um telefonema importante.


A gente pára pra reclamar que não é feliz. Mas, na verdade, desejamos ser mais felizes do que estamos sendo e acabamos assim, descontentes. Parar de pensar que daqui à alguns dias não estaremos juntos e passar a curtir o tempo que temos pra estarmos assim, juntos. Pensar que daqui à algum tempo teremos esse tempo de sentir saudades, de desejar. Assim, quando nos reencontramos seremos únicos, inteiros e plenamente um do outro, por livre e espontânea vontade.


Ser feliz, porque não existe felicidade plena. Sorrir, desejar, abraçar, conversar, rir. Sem se preocupar com o tempo em que não terá, mas sim, com os instantes que te completam e te fazem sentir cada dia mais humana.


Sou feliz, e parei de ter medo de me apegar. Parei de ter medo do tempo, dos prazos de validade, da idade. Parei de ter medo do futuro e hoje, só quero ser feliz e me sentir completa. Afinal, você é a parte infantil que havia adormecido em mim.


Simples assim, dom.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

estatísticas,

70% das mulheres preferem homens mais velhos. 80% dos meninos entre 14 e 18 anos preferem ficar à namorar, 35% dos homens acham que devem ligar no dia seguinte. 92% das mulheres acham que namorar é um estado de segurança, e 90% dos homens acham que transar com alguém não é motivo pra manter qualquer tipo de relacionamento.


Crianças entre 13 e 17 anos só querem brincar. Acham que beber até se esquecerem dos rostos é divertido e que existe uma relação entre bebida alcoólica e vida adulta. Crianças nessa faixa etária, não esperam por alguém, simplesmente curtem. Curtir é apostar com quantas você consegue ficar em determinado período de tempo, é fingir que existe um romancinho, é rir de tudo depois.


Crianças não tem preocupações com o futuro, com a distância, com o medo de se apegar. Crianças não se apegam.


Lógico que, pra toda regra, estatística ou estudo, existem suas exceções. Os 30% das mulheres que preferem homens mais novos, os 20% ds meninos entre 14 e 18 anos que preferem namorar, 65% dos homens que não ligam no dia seguinte, 8% das mulheres que acham que namorar não te traz segurança nenhuma, e 10% dos homens que acham que transar com alguém significa, ao menos, manter contato nos dias que se seguirem.


São 3 meses. Três longos meses de distância, de ausência, de saudade. Crianças esquecem, crianças só querem se divertir. Quem esperaria tanto tempo? Crianças não fazem planos, crianças não cumprem promessas. Quem me daria a garantia que preciso?


Trabalho com estatísticas, me perco entre palavras difíceis, sorrisos. E eu, que me vejo tão crescida, me deparo com a infantilidade que me domina todas as vezes em que te olho, te sinto, te tenho. Nossas diferenças são gritantes, não menos do que nossa idade. Nossas experiências são contrárias, nossos desejos são tão, ... iguais.


E aquela tarde, vai fazer parte dos tão exclusivos 15% que se tornaram minhas memórias mais especiais. Dom.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

de relacionamentos virtuais,


Você conhece alguém. Divide conversas, risadas, gostos. Uma pessoa que que tem um sotaque lindo, que curte um time duvidoso, que te faz rir, que não te reconhece e te faz entrar no cinema pela simples vontade de permanecer mais tempo na sua companhia.


Vocês conversam, trocam experiências, beijos, vontades. Falam de passado, situações, coincidências. Vocês se aquecem, se abraçam, se completam por instantes que deveriam nunca ter fim. Vocês vivem aquele momento, aquele instante, sem pensar ou lembrar de quem são, do que vivem, de onde são.


De repente, fica tarde e o relógio te lembra quem você é e pra onde precisa ir. E sem qualquer garantia a noite termina ali. E vocês fazem promessas, como confiar em quem você nem conhece? Olhos nos olhos, quem disse que ia durar ? Mais um envolvimento descartável, mais uma criança, mais um pra lembrar.


Teoricamente teria que ser assim, mais não é. Não é mais apenas outra noite com mais alguém. E na tentativa vã de não se apegar, você se esquiva e foge daquilo que tem tanta vontade de ter junto a si. Quer esquecer de onde veio, pra onde tem que ir e quem deixou pra trás. Ai você se pergunta, porque não posso ter alguem assim, perto de mim?


Você tenta acreditar que não vai se esquecer, e que ele também não vai. Tenta. E o tempo ao lado dele voa, e de repente, ele é só um contato no seu msn. E você está longe, de novo. E lembra dos beijos, lembra dos olhos, lembra da idade. Lembra, deseja, sofre.


Podia ser diferente, mais geralmente não é. Mesmo sendo você assim, tão diferente dos outros.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

meninas são tão,


Mulheres, temos crises de abstinência de carinho, chamamos de NOSSAS as canções que ouvimos, acreditamos dominar o mundo com nossos olhares e falsas lágrimas.


Temos o poder de confundir, omitir, fazer cara de santa quando, na verdade, somos os seres mais manipuladores e controversos do universo. Choramos quando sofremos, choramos quando precisamos convencer alguém a ficar, choramos quando não temos vontade, mais a situação nos obriga.


Somos mulheres, passamos horas escolhendo roupas e sapatos pra nos sentirmos mais bonitas uma que as outras. Mulheres não se arrumam para os homens, não totalmente. Se arrumam pra se sentirem melhores que as outras, mais sexys que as outras, mais desejadas que as outras.


Mulheres gostam de cuidar. Mulheres são mães, amigas fiéis. E quando inimigas, mulheres ainda são fiéis, só que ao ódio e, muitas vezes, inveja que sentem. Mulheres são persuasivas, chorosas, sentimentais, ciumentas. Mulheres são submissas, sonhadoras, guerreiras. Mulheres possuem armas invisíveis, olhares tentadores, vozes aveludadas que guardam os venenos mais impuros.


Lábios desejados, mulheres querem proteção. Quando juntas, mulheres falam de homens, falam de cabelo, falam de outras mulheres, falam de sexo, falam de amantes, falam de amor. Mulheres amam, mulheres só querem ser amadas.


Mulheres sofrem, sentem raiva de se entregarem tanto à alguém que nem ali está mais. Mulheres sonham com o casamento perfeito, com o emprego perfeito ou simplesmente com o elogio perfeito na noite imperfeita.


Mulheres querem carinho, mulheres gostam de pegada. Mulheres se contradizem, e quando dizem que não querem é porque, provavelmente, querem muito e muitas vezes. Mulheres são subjetivas e quando dizem que você não fez NADA, acredite: ela deve estar muito irritada com você.


Mulheres são guerreiras, fortes e podem aguentar as dores mais difíceis da vida. Mulheres são doces, perfumadas, carinhosas. Ou podem ser cruéis, frias, amargas. Mulheres podem fingir orgasmos, pagam mais barato em festas e tem mais opções no que se trata de estilo. Mulheres gostam de sexo, são pervertidas, virgens, inquietas.


Mulheres podem ser mães. Geram vida dentro de si e a carregam 9 meses sem questionar. Mulheres traem, mentem, fingem, dissimulam. São maquiavélicas, calculistas, criaturinhas adoráveis.


Se enfeitam, se produzem, se perfumam. Mulheres nunca saem sozinhas e, quando saem não é necessariamente pra estarem sozinhas. Mulheres seduzem, se espalham entre "peitos, poses e apelos" e no fim, elas só querem dançar.


Mulheres são pedras preciosas, raras, lindas e deslumbrantes mas, que mesmo assim, não deixam de ser pedras. Rígidas, gélidas. São criaturas insuportavelmente adoráveis.


Quem somos? Ninguém jamais soube nos dizer, somos uma, somos muitas.


Mulheres.

sábado, 3 de julho de 2010

sobre desejos e sonhos,

Quero alguém pra mim. Alguém que tenha defeitos toleráveis e que saiba encarar as situações com maturidade, sem perder o ar de infantilidade no dia a dia.


Quero alguém que preste atenção no que eu falo e no que escrevo e que seja critico ao me falar o que achou. Quero alguém que me elogie sem querer nada em troca. Que tenha ciumes sem ser sufocante. Que seja bonito sem ser convencido. Quero alguém sensato e NÃO arrogante.


Quero alguém que chame atenção dos outros mais que mantenha sua atenção em mim. Quero alguém que esteja completo por estar ao meu lado. Quero alguém que confie em mim sem ser desleixado. Quero alguém que me diga que sou irritante e possessiva, mais que fico uma gracinha brava.


Quero alguém que se preocupe com a aparência, mais que não demore mais que eu pra se arrumar. Quero alguém que consiga prender minha atenção somente em si. Quero alguém que quase nunca me faça chorar, e quando o fizer, peça desculpa sem ser meloso.


Quero alguém que me abrace forte em dias em que eu precisar de carinho. Quero alguém que esteja sempre presente, mais que respeite meu espaço. Quero alguém que saiba argumentar. Alguém que me cale com um beijo no meio de uma discussão.


Quero alguém que só diga te amo, quando o sentir. Alguém que olhe pra outras e depois agradeça por estar ao meu lado. Alguém que saia com os amigos e me deixe sair sem tudo acabar em tragédia.


Alguém que me faça sorrir. Alguém que não me magoe nem seja grosso. Quero alguém que não minta, mas que não me machuque com verdades. Quero alguém que NÃO diga me amar pra sempre. Alguém que, mesmo com o fim, me faça sentir que tudo valeu a pena.


Quero alguém imperfeito, feito pra mim.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

como salvar uma vida,


Você olha ao seu redor e você enxerga milhares de problemas no mundo. Você vê pessoas a beira da miséria, você vê crianças passando fome, você vê enchentes, você vê desabamentos, você vê corrupção. Vê idosos apanhando, você vê prostituição infantil, vê assaltos, você vê atentados, vê acidentes, você vê brigas de rua, vê drogas, você vê tráfico, você vê confrontos. Você vê isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você lamenta, você chora. Você reflete por alguns segundos como tudo isso pode estar acontecendo e você se lamenta. Ao mesmo tempo, você agradece muito porque afinal, não é com você. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você abraça seus amigos, você briga com seu namorado, discute com seus pais. Você escuta música, você entra na internet, você compra aquela roupa nova, ou aquele tênis que você estava querendo a muito tempo. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você faz planos pro futuro, você nunca faz os deveres de casa, você tira carteira de motorista, você começa a beber, você vai pra festas, você faz coisas que não se lembra mais no dia seguinte. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você ri, você chora. Você jura amor eterno, você promete casamento. Você termina, você sofre. Você já nem se lembra mais. Você recomeça, você se reencontra, você volta a se apaixonar. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você acha que não vai sofrer, você trai. Você machuca as pessoas, você ri das pessoas. Você acha divertido, você se incomoda quando é com você. Você mente, você usa, você desfaz, você desvaloriza. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você acha que não vai crescer, você acha que não vai aguentar, você acha que já amou demais. Você acha que estava certo, você pede perdão, você perdoa. Você comete erros, você diz a verdade, você desacredita. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você veste a moda, você julga, você quer aparecer. Você esconde a idade, você vai ao trabalho, você sonha que um dia sonhou. Você já quis mudar o mundo. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você tem consciência de que nada mudou, você sabe que foi indiferente. Você decide mudar, você decide ser melhor, você decide. Você faz isso o tempo todo, em todos os lugares.


Você cresce, você tenta crescer. Você reza, você procura, você lê e você reflete. Você conclui, você poderia ter feito mais. Mais por você, mais pelo outro. Você sabe que nunca é tarde pra recomeçar.


Você sabe disso o tempo todo, em todos os lugares.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

homens não choram,

É, não choram. E não falam a verdade, não são sensíveis, não prestam atenção a detalhes. Homens sempre se atrasam, sempre falam coisas na hora errada, sempre se atrapalham em algum elogio. Nunca são criativos quando compram um presente, nunca se lembram de datas comemorativas, não falam de nada além de futebol. Homens nunca ligam na hora que dizem que vão ligar, sempre tem uma cantada bem idiota na ponta da lingua, e não entendem que você precisa de espaço quando está de TPM mas mesmo assim, quer muito carinho também.

Homens são falhos, incompletos, patéticos. Fazem piadinhas de coisas sérias, não perdem a infantilidade nunca, nos fazem chorar. São intocáveis, inatingíveis, não sentem. Homens são palhaços que fazemos questão de contratar para o nosso picadeiro. Homens cospem na rua, se coçam o dia todo e nunca abaixam a tampa do vaso depois de fazer xixi. Homens não sentem a dor do parto, mais não há nada mais gratificante do que lhes dar um chute bem lá. Homens são tão fortes e podemos derrubá-los com uma ... baqueta.

Homens são muito machos pra sentirem dor, pra perdoar. Mais não há nada no mundo melhor para a frieza de um homem do que as lágrimas de uma de nós. Homens são seres estranhos, folgados. Gritam, fazem escândalos, ou simplesmente se calam, pra despejar tudo de uma vez só em um dia... comum.

Homens nos fazem chorar. Nos fazem nos arrepender de tudo o que fizemos por eles, de desejar matá-los. Homens nos magoam, nos ferem e sequer se lembram das cicatrizes. Homens só pensam em sexo, homens nunca vão crescer. Homens blefam, homens camuflam, homens traem.
Mesmo assim, você continua chorando por ele. Continua sentindo falta dele e continua sem entender como tudo acabou por causa dele. Continua a se perguntar por que ele fez isso, por que ele foi embora, por que ele tem outra. Ainda insiste em procurá-lo pra saber por que ele fez aquilo ou pra onde foram todas as promessas que ele fez.

Homens não cumprem promessas.

Quando você quis abraço, ele quis cama. Quando quis palavras ele te deu presentes. Quando quis carinho, ele te deu beijos ardentes que terminaram em sono, cansaço e um mero prazer momentâneo. Quando você quis ele, ele te deu migalhas de atenção e MESMO ASSIM, você chorou por ele aquela noite.

Você cuidou dele, mais ele não se lembrou disso quando você precisou de presença.

É, homens não choram, não pensam, não merecem. E mesmo assim, você está ai. Lendo tudo o que digo sobre eles e concordando. Homens não valem a pena.

Mais a vida sem eles, não tem a menor graça.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

é meu,



Porque mesmo que a gente sente inveja ? Talvez seja a incapacidade de gostar do que é nosso, de vivermos insatisfeitos com o que possuímos e sempre buscarmos nos outros aquilo que, porventura, não possuímos.


E o ciume? Esse desejo de possuir só pra nós mesmos alguém, algo. O desejo incessante de poder segurar nas mãos, ter prioridade. Egoísmo. Amor. Há tantos nomes que aplicamos simplesmente pra não assumirmos que sim, temos ciume.


E o que relaciona a inveja ao ciume? Os sujeitos. Não, não é nada gramatical. Sentimos ciumes de quem queremos ao nosso lado, de quem temos vontade de guardar em um potinho e levar na bolsa, de quem não suportamos ver qualquer aproximação maior que não seja a nossa própria. A inveja vem do outro. Vem daquele que possui o que, de acordo com você, é SEU de direito. É sentir aquela vontade de tirar de perto de quem você ama, alguém que diz amar tanto quanto você. É a pergunta que fazemos a nós mesmos pra tentar entender porque ela está e eu não. É invejar a intimidade, as brincadeiras, a amizade, a relação.


O equívoco vem bem antes. E quem disse que nascemos pra pertencer ? Somos de nós mesmos, desde o início da vida, desde o primeiro fôlego. E o ciume, a inveja ? Isso são mais sentimentos que inventamos, pela deficiência de entender ou classificar o maior deles:


amor.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

pra ser feliz,


Durante toda sua vida você procura ser feliz. Achar o emprego certo, o amor certo, as amizades certas. E durante toda a sua vida acumula milhões de historias, e muitas delas de derrotas, de lágrimas e enfim, de superação.


O que isso quer dizer? Simples, na busca incessante pela felicidade construimos degraus e são exatamente esses degraus que nos lembraremos a vida toda. Afinal, pra se alcançar a felicidade precisamos da tristeza. A dor incomoda, mais é alimento pro sucesso.


Minha irmã me perguntou um dia desses se eu já havia tentado escrever sobre coisas felizes. E eu fiquei refletindo sobre isso durante todos esses dias. Quando se está feliz, não há tempo pra mais nada. Se está feliz e pronto. Você sorri por nada, passa o dia cantarolando, nada te abala e as cores são mais vibrantes ao seu redor. Você não procura ninguém pra te dizer coisas que você quer escutar. Pelo contrário, você quer falar, dividir suas alegrias, afinal, todos sabemos falar sobre coisas felizes.


E quando se está triste? E quando a dor que habita dentro dentro de você é tão grande que chega a, de fato, dar um nó na garganta? Quem consegue explicar aquela vontade insustentável de chorar por horas, pra ver se toda a tristeza sai de dentro de você? E o que você mais quer quando seu mundo, já monocromático, vem ao chão? Não há remédio melhor pra tristeza do que ouvir de alguém exatamente aquilo que nossas lágrimas não nos deixam falar. Por experiência própria digo, não há nada melhor pra um triste do que palavras que expressem exatamente os fonemas úmidos que escorrem de seus olhos.


Por isso escrevo. Tudo o que escrevo é pensando exatamente no que eu gostaria de ler caso me sentisse só diante da dor. E não existe nada mais doloroso do que a incompreensão. Precisamos ser fortes, precisamos de apoio, precisamos muito mais de nós. A dor me inspira. A dor me ensina. A dor me movimenta.


Não que eu seja adepta a sofrer. Jamais! Não há nada melhor no mundo do que viver momentos em que estamos tão felizes que nos falta o ar. Mas a felicidade não ensina, não deixa rastros. A felicidade se esvai, como fumaça. Nossas lembranças são compostas muito mais de experiências ruins, do que boas. Enquanto o riso vai para fora de nós, alto, escandaloso, feliz; as lágrimas que escorrem por nossos rostos são absorvidas pelas pele e ficam entre lembranças e sonhos. A tristeza te motiva a ser feliz.


Essa dor que sente agora. Dói de maneira a te fazer querer encarnar em qualquer objeto inanimado, em dormir por semanas e acordar só depois que tiver acabado, ou talvez voltar no tempo, fazer diferente, perder a memória ... Essa dor, caro amigo, passa. Ela é o degrau de que te falei e você precisa dela pra se levantar e ser feliz. Você vai chorar, achar que é irremediável, mas acredite, vai passar ! E você vai ser feliz, vai sorrir, gargalhar e se apaixonar até ter outro desejo de felicidade e ir atrás dele, construindo outra escada, com outras dores...


À minha irmã, deixo a resposta a sua pergunta sobre o que me inspira. A meu amigo, deixo aqui minhas palavras de conforto a essa dor que parece interminável mas que vai passar e, se você tomar as decisões com calma, sairá muito melhor desse degrau. E à você, que me lê com os olhos cheios de lágrimas e o coração cheio de desesperança, deixo palavras de quem um dia já sofreu muito e que aprendeu a lidar com a dor. Hoje, continuo aqui, afinal todos os dias levanto com vontade de uma felicidade diferente. E sei que na dor está o segredo da vitória, afinal, nada mais humano do que chorar e nada mais incrível que sentir.



Dedicado à Dayanne Martins de Almeida e Fernando Ramalho .


quinta-feira, 27 de maio de 2010

quem tem medo da solidão ?

Essa semana eu fiquei carente. Bom, pelo menos foi essa a palavra que eu usei pra designar esse vazio que eu sentia deitada na cama. Essa falta de abraço, de carinho, de atenção. Essa sensação que faz os lábios pedirem beijos, as mãos pedirem outras mãos, o corpo pedir calor. É, carência.

São nesses momentos que você começa a olhar ao redor, e ver os casais juntinhos, o dia dos namorados chegando e você ai, sozinho. A sensação que tive, depois de observar por muito tempo tudo isso foi. AINDA BEM ! haha'

De fato, é delicioso ter alguém com quem compartilhar. Alguém pra te dar carinho, pra assistir filme com você em uma tarde chuvosa, pra ir ao cinema, pra ganhar chocolates, pra ligar todas as noites antes de dormir, pra estar com você em todas as festas, pra ir na sua casa nas tardes de domingo, pra fuçar seu orkut todo dia, pra regular quando você pode ou não sair com seus amigos, com quem você pode ou não falar, porquê tal pessoa fuçou seu orkut, pra implicar com sua roupa, pra discutir por bobagem e te deixar mal o dia todo, pra jogar coisas na sua cara quando estiverem em crise, pra falar alto....

É, mas tudo tem seu lado bom. Sem ser sarcástica ou irônica. O amor é lindo, grudento, doce. E eu, diabética.

Sim, eu minto quando digo tudo isso, afinal, eu gosto de namorar. Aliás, gosto de ter alguém do meu lado, afinal, me ensinaram a não substantivas as relações. A carência te faz escutar musicas lentas, românticas, com letras que você acha que foram feitas pra você. Te faz lembrar de um passado distante, traz lembranças adormecidas a tona, te faz invejar os outros e, até mesmo, faz escorrer aquela lágrima sem sentido no seu rosto.

Carência. Dói, mas passa. É momentânea e se alimenta da sua fraqueza em um momento de solidão. Mas eu posso te garantir: não há nada mais necessário do que a solidão. Claro que primeiro precisamos aprender a lidar com ela porque do contrário ela vai se aproveitar da nossa inexperiência e nos fazer sucumbir. Olhe pra solidão com olhos de conhecimento. Afinal, há muito sobre você mesmo, que desconhece.

Você pode achar que não consegue ser completa sem alguém, e é verdade. Precisamos compartilhar nossos sonhos, nossos medos, nossos desejos. Mais é preciso pertencer a si, antes de pertencer a alguém. É preciso ser de si mesmo antes de ser de alguém, alimentar a si mesmo antes de alimentar alguém, viver de si mesmo antes de viver de alguém. Isso, porque temos que estar sempre preparados pro momento em que ficaremos a sós, nós e nós mesmos. E nesse momento, não haverá mais ninguém pra secar-lhe as lágrimas. Apenas você.

Porque o amor só é o sentido da vida quando vivemos com ele, porque aqueles que vivem PARA ele não são amantes, são dependentes.

sábado, 22 de maio de 2010

deixa que o tempo vai,


Escrevo porque vivo e viver me consome muita energia. Me consome tempo. Acordo, corro, faculdade, almoço, aula a tarde, ônibus, terminal, casa, artigo, livro, internet, jantar, twitter, cama. O tempo corre, me guia. Me prende ? O tempo não passa nunca. Ou passa rápido demais quando estamos felizes. O segundo da solidão dura anos, o dia da euforia dura milésimos e o tempo ? Esse não cura nada, não ensina. O tempo passa devagar, pra doer. Ou passa muito rápido pra nos fazer das valor aos momentos. O tempo muda ideiais, muda rotinas, cicatriza.


É, cicatriza. Fecha a ferida, faz parar de doer. Mais não há cicatriz que o tempo possa apagar. Ele escorre por entre os dedos, TIC TAC, e cada batida te faz lembrar. O tempo guarda lembranças em uma caixa. E a abre só quando você não precisa. O tempo muda as coisas, muda os sentimentos. Esfria, aquece. Aproxima, afasta. O tempo te faz lembrar, te faz comparar, te faz sentir saudades ou agradecer eternamente por ele ter passado. O tempo é cruel.


O que muda em dois anos? Dois dias? Dois meses? Sentimentos vêm ao chão, simplesmente desaparecem. Ou crescem, brotam. Grandes amores são desfeitos, grandes laços são criados. Há, o tempo! O tempo sopra como o vento e, sem que você possa vê-lo, ele passa. E quando olhamos no espelho ele está lá. O tempo. Como ele passou! Talves tenha passado pra tudo, exceto pros nossos olhos. Sim, o tempo não passa pro olhar.


Há seis anos atras eu tinha um amor pra vida inteira. A dois anos atras eu sequer poderia vê-lo. A dois meses atras, eu estava de mãos dadas com quem, hoje, segura as mãos de outra alma, com outras promessas e juntos, constroem um outro futuro. Eu que já fui menina, já tive sonhos, ídolos, receios. O espelho me mostrou o tempo. Me mostrou o que ficou no caminho, e o que eu ganhei. O tempo me trouxe a maturidade e ela me permite algo além do sonhar. Hoje posso realizar e renovar meus sonhos constantemente.


O tempo é como uma nota musical solta no ar. É como uma semente que cai ao chão. É como uma nuvem de chuva. É como um tempo. O tempo traz e leva o medo. O amor. A solidão. Olhe ao redor, o tempo está correndo e agora já é 2 segundos da linha anterior. O tempo é como uma sombra e não importa o quanto você tente. Um dia, ele chega pra te mostrar o que realmente valeu a pena. O tempo chega e te mostra que ele jamais prometeu te curar. Apenas guardei sua dor, a lembrança é de sua responsabilidade. O tempo passa, e você muda. O mundo muda. As pessoas mudam.


Haverão aqueles que ficarão pelo caminho e o segredo é saber exatamente o que se deve impedir que o tempo leve. Porque se há algo que o tempo não consiga é sim, desfazer o real. Ame com intensidade suficiente pra não perder. This is the secret.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

de relaciomentos e nomes,

Andei lendo alguns textos do Lucas Silveira e cheguei a conclusões que eu buscava a tempos, só não sabia exatamente como expressar. Passamos a vida toda nomeando as coisas. Nomeamos pessoas, lugares, tempos, dias, sentimentos. Estamos a todo instante querendo poder ter um nome que descreva isso ou aquilo e no final, tudo se torna nada.

O grande problema em querer nomear as coisas, é que sempre depois que elas ganham uma classificação, geram controvérisas. Com as nomeações vem as regras, com as regras os descumprimentos e com eles, geralmente o fim. Posso contar diversas experiências pessoais a esse respeito, a mais recente delas tem menos de um mês.
Eles ficaram, se viam todos os dias, saiam todos os fins de semana, compartilhavam dos mesmos amigos, trocavam experiências, risos. Falaram algumas vezes sobre sentimento, mais nada que tivesse nome. Contaram sobre seus ex, sobre suas famílias, sobre sua rotina. E assim foi por um pouco mais de um mês. Em dado momento, ela quis nomear.

Talvez se ela tivesse lido algo parecido com isso que escrevo agora, pensaria duas vezes antes de não cometer esse incrível engano. O chamou pra 'conversar' . Não deve existir no mundo, alguém que não tema essa palavra. Muitas vezes, a 'conversa' tem sempre o mesmo desfecho. Enfim, eles se encontraram e ela disse exatamente o que a afligia: queria um nome.

Um nome? Ele não conseguia entender. Ou talves, não quisesse. Ela queria um nome, um substantivo que desse a ela algo parecido com um contrato, com suas regras, posses e divisões de responsabilidade. Ele se assustou, não estava bom como estava ?


Ela pensava que, se ele era capaz de ter ciumes, seria também capaz de nomear a relação. 'Dar um passo a diante?' ele pensava. Até então, nenhuma palavra foi citada, nenhum nome. Ela queria que ele nomeasse. Queria poder dizer: SIM, É ISSO.

Doce engano, ele não soube substantivar aquilo . E se foi, com a certeza de que aquilo que ele não sabia o nome, significava mais pra ele, quando não existia desejo por um nome. Passou a se chamar nada, que ainda é um substantivo.

Foi de fato meio frustrante pra ela, mas ensinou. Vivamos os relacionamentos que nos são apresentados sem tentar nomeá-los. Do contrário, eles podem se esvair, desaparecer e tornarem-se sentimentos anônimos, de nome nada e lembrança NENHUMA. E viver do nada é empobrecer.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

mesmo que passe,

Você se afasta milhas e milhas de tudo o que pode te fazer lembrar dos vestígios da dor. Você sempre pensa que quanto mais distante das lembranças mais perto da felicidade se fica. Mas não importa aonde você vá. Não importa quantas pessoas novas você conheça. A rotina vai te fazer se apegar, vai te fazer lembrar de novas coisas e quando você menos esperar, já criou novos vínculos, tem novas lembranças, novas dores. E basta ouvir aquela música que qualquer outra lembrança volta nitidamente a viver na sua memória.

Somos seres fracos, vulneráveis a dor. Choramos, remoendo propositalmente a ferida só pelo prazer de nos sentirmos vitimas. É normal, óbvio, humano. Quem nunca pensou em viver uma história de amor, baseada naquelas comédias românticas hollywoodianas com lindos casais que enfrentam situações adversas e no final, juram amor eterno com o beijo perfeito, sob a luz perfeita e a mais incrível canção. Quem nunca idealizou ?

Hoje guardo a dor, pois sou consciente de que ela existe sempre, até mesmo na felicidade. Deixo a dor sair, doer só quando me vejo só, me vejo longe suficiente pra ainda me lembrar de tudo, novo e velho. Lembrar dos perfumes, das histórias e do sabor amargo das lágrimas incessantes que chorei. E do doce aroma do riso que jamais deixei de sorrir.

Somos assim, protótipos de nós mesmos. Sofremos por nós mesmos, sorrimos por nós mesmos e acabamos vivendo pelo outro. Pois nada no mundo, nem mesmo a metafisica é capaz de entender esse sentimento que corrói, que machuca, que entristece, mais mesmo assim, gostamos de sentir, de alimentar, só pelo prazer de estarmos sempre acompanhado de quem, por algum motivo, não caminha mais ao nosso lado. SAUDADE.