sexta-feira, 13 de abril de 2012

quem sabe,


As vezes só dói. A saudade, o ego, a indiferença. Dói, amarga a boca, derrama sobre o rosto a água salgada de quem, nunca, entende o porque.

As vezes dá o nó na garganta, o estranhamento, o 'não sei ao certo'. As vezes da vontade de voltar, pedir pra descer, fechar os olhos e fazer com que tudo ao nosso redor se transforme em passado, em espelho, em 'cama quentinha e chocolate'.

As vezes só dói e nem sei ao certo. Porque não liga, porque não ligo, porque já nem ligo mais. Ou porque deixei de ligar, algum dia, pra onde sempre mantive os olhos.

Dói pensar que tudo é relativo, que tudo é passageiro, que tudo pode simplesmente 'não existir mais'. Ou deixar de existir. Como quem sente fome, come e passa. E sente fome de novo, e come, e passa. Esse ciclo constante de sensações inconstantes que te faz sentir e ressentir e sentir de novo.

E passa. Sempre passa. Rápido, devagar, se esvai. E tudo são lembranças, e lembra? De quando éramos dois, éramos nós, amigos, melhores amigos, namorados? E pra onde? E onde? Como e quando?

E pergunta, e ecoa, e as vezes, só dói.

'Quem sabe o que é ter sem querer pra si'.