quinta-feira, 27 de maio de 2010

quem tem medo da solidão ?

Essa semana eu fiquei carente. Bom, pelo menos foi essa a palavra que eu usei pra designar esse vazio que eu sentia deitada na cama. Essa falta de abraço, de carinho, de atenção. Essa sensação que faz os lábios pedirem beijos, as mãos pedirem outras mãos, o corpo pedir calor. É, carência.

São nesses momentos que você começa a olhar ao redor, e ver os casais juntinhos, o dia dos namorados chegando e você ai, sozinho. A sensação que tive, depois de observar por muito tempo tudo isso foi. AINDA BEM ! haha'

De fato, é delicioso ter alguém com quem compartilhar. Alguém pra te dar carinho, pra assistir filme com você em uma tarde chuvosa, pra ir ao cinema, pra ganhar chocolates, pra ligar todas as noites antes de dormir, pra estar com você em todas as festas, pra ir na sua casa nas tardes de domingo, pra fuçar seu orkut todo dia, pra regular quando você pode ou não sair com seus amigos, com quem você pode ou não falar, porquê tal pessoa fuçou seu orkut, pra implicar com sua roupa, pra discutir por bobagem e te deixar mal o dia todo, pra jogar coisas na sua cara quando estiverem em crise, pra falar alto....

É, mas tudo tem seu lado bom. Sem ser sarcástica ou irônica. O amor é lindo, grudento, doce. E eu, diabética.

Sim, eu minto quando digo tudo isso, afinal, eu gosto de namorar. Aliás, gosto de ter alguém do meu lado, afinal, me ensinaram a não substantivas as relações. A carência te faz escutar musicas lentas, românticas, com letras que você acha que foram feitas pra você. Te faz lembrar de um passado distante, traz lembranças adormecidas a tona, te faz invejar os outros e, até mesmo, faz escorrer aquela lágrima sem sentido no seu rosto.

Carência. Dói, mas passa. É momentânea e se alimenta da sua fraqueza em um momento de solidão. Mas eu posso te garantir: não há nada mais necessário do que a solidão. Claro que primeiro precisamos aprender a lidar com ela porque do contrário ela vai se aproveitar da nossa inexperiência e nos fazer sucumbir. Olhe pra solidão com olhos de conhecimento. Afinal, há muito sobre você mesmo, que desconhece.

Você pode achar que não consegue ser completa sem alguém, e é verdade. Precisamos compartilhar nossos sonhos, nossos medos, nossos desejos. Mais é preciso pertencer a si, antes de pertencer a alguém. É preciso ser de si mesmo antes de ser de alguém, alimentar a si mesmo antes de alimentar alguém, viver de si mesmo antes de viver de alguém. Isso, porque temos que estar sempre preparados pro momento em que ficaremos a sós, nós e nós mesmos. E nesse momento, não haverá mais ninguém pra secar-lhe as lágrimas. Apenas você.

Porque o amor só é o sentido da vida quando vivemos com ele, porque aqueles que vivem PARA ele não são amantes, são dependentes.

sábado, 22 de maio de 2010

deixa que o tempo vai,


Escrevo porque vivo e viver me consome muita energia. Me consome tempo. Acordo, corro, faculdade, almoço, aula a tarde, ônibus, terminal, casa, artigo, livro, internet, jantar, twitter, cama. O tempo corre, me guia. Me prende ? O tempo não passa nunca. Ou passa rápido demais quando estamos felizes. O segundo da solidão dura anos, o dia da euforia dura milésimos e o tempo ? Esse não cura nada, não ensina. O tempo passa devagar, pra doer. Ou passa muito rápido pra nos fazer das valor aos momentos. O tempo muda ideiais, muda rotinas, cicatriza.


É, cicatriza. Fecha a ferida, faz parar de doer. Mais não há cicatriz que o tempo possa apagar. Ele escorre por entre os dedos, TIC TAC, e cada batida te faz lembrar. O tempo guarda lembranças em uma caixa. E a abre só quando você não precisa. O tempo muda as coisas, muda os sentimentos. Esfria, aquece. Aproxima, afasta. O tempo te faz lembrar, te faz comparar, te faz sentir saudades ou agradecer eternamente por ele ter passado. O tempo é cruel.


O que muda em dois anos? Dois dias? Dois meses? Sentimentos vêm ao chão, simplesmente desaparecem. Ou crescem, brotam. Grandes amores são desfeitos, grandes laços são criados. Há, o tempo! O tempo sopra como o vento e, sem que você possa vê-lo, ele passa. E quando olhamos no espelho ele está lá. O tempo. Como ele passou! Talves tenha passado pra tudo, exceto pros nossos olhos. Sim, o tempo não passa pro olhar.


Há seis anos atras eu tinha um amor pra vida inteira. A dois anos atras eu sequer poderia vê-lo. A dois meses atras, eu estava de mãos dadas com quem, hoje, segura as mãos de outra alma, com outras promessas e juntos, constroem um outro futuro. Eu que já fui menina, já tive sonhos, ídolos, receios. O espelho me mostrou o tempo. Me mostrou o que ficou no caminho, e o que eu ganhei. O tempo me trouxe a maturidade e ela me permite algo além do sonhar. Hoje posso realizar e renovar meus sonhos constantemente.


O tempo é como uma nota musical solta no ar. É como uma semente que cai ao chão. É como uma nuvem de chuva. É como um tempo. O tempo traz e leva o medo. O amor. A solidão. Olhe ao redor, o tempo está correndo e agora já é 2 segundos da linha anterior. O tempo é como uma sombra e não importa o quanto você tente. Um dia, ele chega pra te mostrar o que realmente valeu a pena. O tempo chega e te mostra que ele jamais prometeu te curar. Apenas guardei sua dor, a lembrança é de sua responsabilidade. O tempo passa, e você muda. O mundo muda. As pessoas mudam.


Haverão aqueles que ficarão pelo caminho e o segredo é saber exatamente o que se deve impedir que o tempo leve. Porque se há algo que o tempo não consiga é sim, desfazer o real. Ame com intensidade suficiente pra não perder. This is the secret.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

de relaciomentos e nomes,

Andei lendo alguns textos do Lucas Silveira e cheguei a conclusões que eu buscava a tempos, só não sabia exatamente como expressar. Passamos a vida toda nomeando as coisas. Nomeamos pessoas, lugares, tempos, dias, sentimentos. Estamos a todo instante querendo poder ter um nome que descreva isso ou aquilo e no final, tudo se torna nada.

O grande problema em querer nomear as coisas, é que sempre depois que elas ganham uma classificação, geram controvérisas. Com as nomeações vem as regras, com as regras os descumprimentos e com eles, geralmente o fim. Posso contar diversas experiências pessoais a esse respeito, a mais recente delas tem menos de um mês.
Eles ficaram, se viam todos os dias, saiam todos os fins de semana, compartilhavam dos mesmos amigos, trocavam experiências, risos. Falaram algumas vezes sobre sentimento, mais nada que tivesse nome. Contaram sobre seus ex, sobre suas famílias, sobre sua rotina. E assim foi por um pouco mais de um mês. Em dado momento, ela quis nomear.

Talvez se ela tivesse lido algo parecido com isso que escrevo agora, pensaria duas vezes antes de não cometer esse incrível engano. O chamou pra 'conversar' . Não deve existir no mundo, alguém que não tema essa palavra. Muitas vezes, a 'conversa' tem sempre o mesmo desfecho. Enfim, eles se encontraram e ela disse exatamente o que a afligia: queria um nome.

Um nome? Ele não conseguia entender. Ou talves, não quisesse. Ela queria um nome, um substantivo que desse a ela algo parecido com um contrato, com suas regras, posses e divisões de responsabilidade. Ele se assustou, não estava bom como estava ?


Ela pensava que, se ele era capaz de ter ciumes, seria também capaz de nomear a relação. 'Dar um passo a diante?' ele pensava. Até então, nenhuma palavra foi citada, nenhum nome. Ela queria que ele nomeasse. Queria poder dizer: SIM, É ISSO.

Doce engano, ele não soube substantivar aquilo . E se foi, com a certeza de que aquilo que ele não sabia o nome, significava mais pra ele, quando não existia desejo por um nome. Passou a se chamar nada, que ainda é um substantivo.

Foi de fato meio frustrante pra ela, mas ensinou. Vivamos os relacionamentos que nos são apresentados sem tentar nomeá-los. Do contrário, eles podem se esvair, desaparecer e tornarem-se sentimentos anônimos, de nome nada e lembrança NENHUMA. E viver do nada é empobrecer.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

mesmo que passe,

Você se afasta milhas e milhas de tudo o que pode te fazer lembrar dos vestígios da dor. Você sempre pensa que quanto mais distante das lembranças mais perto da felicidade se fica. Mas não importa aonde você vá. Não importa quantas pessoas novas você conheça. A rotina vai te fazer se apegar, vai te fazer lembrar de novas coisas e quando você menos esperar, já criou novos vínculos, tem novas lembranças, novas dores. E basta ouvir aquela música que qualquer outra lembrança volta nitidamente a viver na sua memória.

Somos seres fracos, vulneráveis a dor. Choramos, remoendo propositalmente a ferida só pelo prazer de nos sentirmos vitimas. É normal, óbvio, humano. Quem nunca pensou em viver uma história de amor, baseada naquelas comédias românticas hollywoodianas com lindos casais que enfrentam situações adversas e no final, juram amor eterno com o beijo perfeito, sob a luz perfeita e a mais incrível canção. Quem nunca idealizou ?

Hoje guardo a dor, pois sou consciente de que ela existe sempre, até mesmo na felicidade. Deixo a dor sair, doer só quando me vejo só, me vejo longe suficiente pra ainda me lembrar de tudo, novo e velho. Lembrar dos perfumes, das histórias e do sabor amargo das lágrimas incessantes que chorei. E do doce aroma do riso que jamais deixei de sorrir.

Somos assim, protótipos de nós mesmos. Sofremos por nós mesmos, sorrimos por nós mesmos e acabamos vivendo pelo outro. Pois nada no mundo, nem mesmo a metafisica é capaz de entender esse sentimento que corrói, que machuca, que entristece, mais mesmo assim, gostamos de sentir, de alimentar, só pelo prazer de estarmos sempre acompanhado de quem, por algum motivo, não caminha mais ao nosso lado. SAUDADE.