"Não leve a mal,
se tudo que eu posso fazer
é de longe observar você,
saindo da minha vida"
Não leve a mal, Fresno
O gosto de lágrimas que existem sem sentido aparente, sem base, sem fatos. O gosto de lágrimas que escorrem pela certeza de que temos que entender que nem todo amor é recíproco, nem toda confiança é sólida, nem toda amizade é pra ser.
E a dor de pensar que já era essencial, rotina, risada, intimidade, assim, tão rápido, como se as almas tivessem se encontrado e se intitulado irmãs, por serem tão compatíveis.
E a dor de sentir que a ausência vai fazer com que tudo volte a ser como era, já que não era pra ser. E, mesmo com a eterna incerteza do que foi dito, somos tão ligados que sei que algo foi dito e, desculpa a tempestade, mas eu jamais falaria de um irmão.
E dói, mesmo sendo compreensível que você não pensa como eu. Que não precisa pensar, ou sentir, ou agir tal qual. E me desculpa por achar que, em tão pouco tempo eu poderia ser tão especial quanto você era pra mim, a ponto de merecer, ao menos, respeito.
E desculpa o auê, mas a dor que sinto tem o tamanho do nosso grau de fraternidade... pra mim.
E por mais que não tenha sido dessa forma, com essas consoantes e vogais, sabemos que foi. Porque, eu sei, que a paixão supera a amizade e que ela tá na sua vida a mais tempo.
No fundo, desculpa cobrar de você, aquilo que sou eu. Alguém capaz de, em tão pouco tempo, ter a certeza de que você seria alguém pra levar pra vida toda. E eu vou levar.
De longe, de perto, não tem como, você sempre vai existir.
E eu sempre vou poder dizer que conheci uma grande pessoa.
E se hoje chorei por saber que o perdi, algo me diz que era pra ser assim. Desculpa entrar na sua vida, bagunçar tudo e cobrar de você a transparência que você não tem o dever de ter comigo.
E pra te dar menos problemas, não leve a mal, me despeço da sua rotina a tempo de você não notar que um dia, pude atrapalhar o que sente, o que gosta de sentir e de quem acha que te faz bem.
Eu te amo.