quarta-feira, 23 de novembro de 2011

sobre andar com homens,

Eu prefiro andar com homens, simples assim. Nada contra as mulheres, ou tudo talvez, mas é fato que somos menos verdadeiras umas com as outras, menos fiéis umas as outras e mais invejosas umas com as outras. E não digo que homens não sejam. Homens são infiéis, mentirosos, imaturos e insensíveis. Ok, com as pessoas com quem eles se relacionam, não com os amigos.

Ser amiga de homens é muito melhor. Homens não têm frescura e te falam na cara que seu cabelo ta incrivelmente armado. Homens não têm inveja da roupa nova que comprou e amigos homens dão os melhores abraços do mundo.

Homens falam coisas inúteis que te fazem rir, e por serem tão bobos te fazem sentir muito mais inteligente quando conversam. Amigos homens pedem conselhos sobre mulheres que eles possivelmente ficariam e você, com todo sua experiência feminina, mostra que 'aquela mina jamais ficaria com você, panaca'.

E por amizade, homens te protegem porque te consideram frágil e não suportam os homens com quem você se relaciona, porque no fundo, eles têm um ciúme enorme de você.

Andar com com homens te faz entender as coisas de maneira mais objetiva, e compreender que a mente deles é muito mais sistemática do que pensamos. Andar com homens é escutar porquices, gestos grosseiros e palavrões. Andar com homens é se tornar menos tonta e te faz aprender a pensar como homem, o que torna mais fácil qualquer tipo de aproximação, não?

Fui sempre muito julgada por andar com homens (lógico, julgada por mulheres), e já fui chamada de (insira aqui o nome que quiser para mulheres fáceis) simplesmente por andar com homens. E essas eram as mulheres que justamente me invejavam por ter um relacionamento tão aberto com 'os caras que elas mais queriam'.

Sempre me dei melhor com amigos homens. Eles me dão mais liberdade pra dizer o que eu penso, agir como sempre ajo e não se importar com o que a maioria das pessoas se importam. Amigos homens me fizeram menos fofa, menos meiga, menos inocente.

Eles me ensinaram que sexo é sexo, e tem que ser feito como tal. Que, como diria Shakespeare (um HOMEM muito inteligente, por sinal), beijos não são contratos nem promessas. Homens são práticos, ou querem, ou não querem e pronto.

Fora que conselhos de amigos homens são BEM mais valiosos do que de mulheres que pecam sempre pelo mesmo erro.

E não estou aqui a defender os homens e dizer que as mulheres não prestam (mesmo porque nos acho extremamente superiores, rs). Estou aqui pra dizer que prefiro AMIGOS HOMENS. Grossos, ignorantes, imaturos e extremamente ciumentos e cuidadosos.

Fale o que quiser, pense o que pensar, andar com homens é MUITO mais divertido.




sábado, 19 de novembro de 2011

de contos e coleções,


Quando a gente se acostuma com alguma coisa é extremamente complicado desapegar. Até mesmo de pequenas coisas. Uma roupa, um sapato, uma bicicleta, um carro, um quarto, um caminho, uma pessoa, um estado, um país.

É difícil cortar o cordão, deixar pra trás, tornar experiência. E a gente passa por todo um processo psicológico pra poder desgarrar, pra poder soltar a mão e, principalmente, pra poder encarar o novo.

Muito mais do que preparo é preciso coragem. Coragem pra pisar em terrenos instáveis, para se apoiar em castelos de areia, pra esbarrar em culturas opostas, pra aceitar, transferir, concordar, discutir, ou até mesmo incorporar o novo.

É preciso coragem pra decidir ir. Pra decidir mudar. Pra decidir deixar pra trás o que, aparentemente, nos é seguro e nos jogar em um universo de incertezas que só nos trará histórias mil pra contar.

Arriscar. Ir. Soltar a mão. Conhecer. No começo é doloroso, como toda ruptura. Mas o futuro só tende a nos trazer as experiências mais incríveis de nossas vidas.

Há quem não queira arriscar. 'Tá bom assim como tá'. Ok. E vai ser assim pra sempre. As mesmas coisas, do mesmo jeito, os mesmo pensamentos, as mesmas ideias, as mesmas bobagens, as mesmas barreiras e um conhecimento limitado, antigo, antiquado. E um futuro em quatro paredes, um livro que termina no índice, um conto entre tantos livros lançados por ai.

Casar, construir uma casa, ter filhos. Não que seja ruim. Mas, não é pra mim. Não agora. Quero contar aos meus filhos todos os países que visitei, todos os estados que conheci, todas as culturas que experimentei, todos os apartamentos em que morei e toda as pessoas com que os dividi. Quero viajar o mundo, ou até mesmo viajar meu país.

Há vidas que dariam contos. Da minha, farei uma coleção.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

desabafo,

Sinto saudades. Daquelas que apertam o peito, e fazem as lágrimas rolarem aparentemente sem motivo, sem hora, sem lugar, sem aviso.

Eu sinto aquele nó na garganta, aquela vontade de ligar, mandar um recado, contar como está tudo por aqui e que em breve volto pra ganhar aquele abraço enorme.

Dai eu paro e volto a ler aquela última conversa. Em um misto de insultos, absurdos, julgamentos infundados, que me fizeram chorar e me perguntar durante dias pra que tanta dedicação, eu me lembro perfeitamente do que doeu, de como doeu e de como, dia após dia, senti a falta de vocês.

Hoje já não sinto mais. Calejei. De tanto querer e não fazer, amar e não demonstrar, calejei a dor. E, sem querer, vocês não faziam mais diferença no meu dia a dia. Assim como eu não valia a pena, priorizei. Ninguém pode ser insubstituível, aprendi na marra.

E lhes desejo paz. E felicidade. E sucesso. E que não cometam o mesmo erro novamente, que não desperdicem amor, amizade e dedicação.

E que entendam que 'irmandade' é mais que passar mal de tanto beber juntos no carnaval.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

de diferenças e concessões,


As vezes, o 'fundamental' não é suficiente. As vezes o 'imprescindível' não é necessário. As vezes tudo o que você quer é ficar sozinho. E isso não significa que você não quer, mas sim, que você se quer. Com todos seus defeitos e manias, você se quer pra si só, por alguns instantes.

Quer esquecer os seus problemas e os problemas do mundo. Quer chorar sozinha, sentir saudade sozinha. Quer passar horas no chuveiro deixando a água cair pelos ombros como que numa tentativa de tirar de si tudo aquilo que insiste em grudar na gente.

Não é por falta de amor. As vezes as pessoas são diferentes. As vezes elas só precisam do seu espaço. Pra serem cheias de defeitos, deficientes de razão e escrever bobagens de amor.

As vezes não estamos em paz com a gente mesmo e isso nos torna mais ásperos, menos sociáveis. As vezes nos enchemos de tudo, mas isso passa. Por isso precisamos de espaço, de tempo, tempo pra voltarmos a encontrar com todos aqueles motivos que, no começo, nos fizeram tão bem.

As vezes o 'é impossivel ser feliz sozinho' deixa de ter valor. E o 'vou vivendo com a minha solidão' parece bem real. As vezes somos saudade, as vezes somos tempos, as vezes somos passado. As vezes não somos mais nós.

Eu sei que é preciso ceder. Mas também sei que ceder não nos faz gostar das mesmas coisas. Nem suportar as mesmas coisas. Ir por ir, conversar por conversar não é evitar. É suportar por.

E suportar não conjuga o verbo unir. Ou amar, ou dividir.