segunda-feira, 13 de setembro de 2010

querido diário,

Eu fico muito puta comigo mesma as vezes. Eu tenho uma mania insuportável de me irritar por qualquer coisa e ficar o tempo todo procurando pessoas perfeitas que se encaixem nos meus sonhos infantis e mesquinhos de adolescente mimada. Eu teimo em querer parecer sempre culta e fico me comparando aos outros, querendo tudo de meu jeito e isso me dá nojo de mim mesma. As vezes fico com vontade de voltar no passado e fazer tudo diferente. Tenho vontade de mandar todo mundo pra puta que pariu e falar pra tanta gente que, MAN, eu não gosto de você! Aliás, eu não gosto de gente chata, gente metida, gente cheia de frescuras, gente que se acha melhor porque escuta certo tipo de música, gente que me recrimina por ouvir JB, LS e vertentes.
Porra, vão se foder todos vocês, MÚSICA tem mais a ver com estado de espírito do que maturidade!
Passar o dia em casa as vezes me faz mais bem do que ir pra algum lugar ver um monte de gente se fingindo de bêbada e sentir meu cabelo enrolar vagarosamente.
Eu não quero um namorado grudento, cheio de mimimi. Quero um namorado que respeite meu espaço, me ame, mas que me trate acima de tudo como PESSOA. Um namorado cheiroso, de um abraço gostoso e que se vista bem.
Eu quero um emprego condizente com minha faculdade e quero parar de ser tão irritante e possessiva com meus amigos. Quero parar de procurar nas pessoas os erros do passado e quero parar de ser preguiçosa.
Quero dormir cedo, acordar disposta.
Quero que tudo vá pra puta que pariu e que todos os filhos da puta que me olham de cima a baixo e acham que eu sou otária e acham que eu não percebo SE FODAM!
E peço desculpas a vocês, leitores, que não merecem estar lendo uma coisa tão pessoal e baixa como essa que escrevi, mas eu precisava tirar de mim esse monstro de sensações e raiva que hoje se instalou em mim.
Sem foto, porque não é um post e sim, um desabafo.

IGNORE.

sábado, 4 de setembro de 2010

sobre o que nunca muda,


Tudo estava lá, em seu devido lugar. As pessoas, seus costumes, suas roupas, seus lugares pra ir no sábado a noite. Estavam lá os amores que deixei pra trás, as esquinas pelas quais passei, os desentendimentos, os beijos, as festas. Estavam lá, minha cama, meu travesseiro, meu cheiro espalhado por todo o quarto. Estava lá o laço familiar, o abraço de mãe, a risada de pai.


Tudo, como eu havia deixado. Cinco meses depois as coisas ainda caminhavam como nos últimos 19 anos. E eu abriguei novos amores, novas festas, novas roupas, novos desentendimentos.

Nas minhas férias eu fiz. Fiz tudo aquilo que queria fazer, conheci tantas pessoas que gostaria de conhecer, me apaixonei. Fiquei um dia inteiro sem dormir, dancei até meu pé implorar por um descanso, bebi até minha cabeça rodar mais que eu mesma na pista.


Cantei. Todas as manhãs em que levantava e sentia aquele cheiro de família. Chorei, quando me via sozinha refletindo sobre que tudo aquilo tinha um prazo e que cada dia era um dia a menos que eu poderia passar ao lado deles.


E foi ai que eu percebi que CRESCER não significa apenas sair de casa, morar sozinha e não dar mais satisfações a seus pais.


Crescer é, acima de tudo ter coragem. Ter coragem de deixar pra trás as noites na porta de casa jogando conversa fora. Coragem de deixar pra trás aquelas pessoas que te escutam quando você mais precisa. Coragem de abandonar certos amores, certas festas. Coragem de abandonar o colo da mãe, o sorriso do pai e a cumplicidade das irmãs.


Crescer é estar disposto a começar de onde não se conhece, com quem não se confia. Crescer exige laços fortes, confiança, força. Crescer exige amor pelo futuro. Significa ser saudosista e satisfeito com o que você vê quando olha pro passado.


Crescer dói, machuca e traz lágrimas. Mas só quando aceitamos CRESCER, passamos a viver TUDO com mais INTENSIDADE.


E quem disse que seria fácil ?