domingo, 21 de agosto de 2011

sobre cordões umbilicais


A vida tá passando e hoje me dei conta de quanta coisa mudou. É como se em dois meses eu tivesse, de certa forma, me sentindo mais leve ou livre. Só que a sensação não é boa. Não que seja ruim, mas é incomoda, dolorida.

É como se eu tivesse que, a partir de agora, contar comigo e comigo mesma. Não que eu não tenha pessoas maravilhosas ao meu lado, que me apoiam e me enlaçam. Quando falo de solidão falo da minha vida, comigo. A partir de agora, as direções que eu tomar são minha e de minha responsabilidade. Se quiser ficar eu fico, se quiser partir eu vou, só que tudo que eu fizer é meu e de mais ninguém.

O que eu ganhar, o que perder.

Estou me afastando do meu passado, fazendo coisas com minha própria permissão. Não fazendo por minha própria consciência. Contando o cordão, pouco a pouco. E dói. Estranha, machuca. É como completar um ciclo, uma primavera, deixar pra trás um tempo, pessoas.

E assusta, mexe com a gente, impacta. A rotina do trabalho, da faculdade, do dinheiro no fim do mês, do namorado, dos cansaços, dos planos, da gasolina.

É tentar não errar, é tentar não desviar, é tentar manter o foco. É tentar crescer com consciência, com maturidade, com responsabilidade.

Uns demoram mais, outros menos. Crescer é inevitável.




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

sobre a falta de você,


Tá faltando paciência. Tá faltando compreensão. Tá faltando ceder. Tá faltando dormir cedo, tá faltando carinho, tá faltando tempo. Tá faltando vontade de ir pra frente, tá faltando lágrima, tá faltando abraço. Tá faltando falar baixo, tá faltando pensar alto, tá faltando.

Tá faltando a magia, tá faltando o cheiro, tá faltando o gosto do beijo com vontade. Tá faltando a respiração mansa, tá faltando a risada largada, tá faltando a piada engraçada, tá faltando.

Tá faltando cinema, tá faltando pipoca, tá faltando jantar. Tá faltando cartinha, tá faltando recadinho, tá faltando reconhecer. Tá faltando me conhecer, tá faltando te conhecer, tá faltando a gente.

Tá faltando você ao lado, tá faltando o abraço apertado, tá faltando seus olhos nos meus.

Tá sobrando amor, só tá faltando saber dividir.

domingo, 7 de agosto de 2011

sobre deixar pra trás,


O tempo ta passando e muita coisa ta ficando pra trás.

O tempo ta indo e as pessoas que não suportam as mudanças estão ficando pelo caminho. E eu sinto essa perda, o tempo todo. Como uma cicatriz que se abre toda vez que alguma coisa é deixada pra trás, desiste, vira passado.

A distância, as diferenças, as igualdades. Tudo isso ta contando. Tudo isso ta deixando alguma coisa pelo caminho. Hoje já não tenho mais quem eu tinha à 2 meses atrás. As discussões não são as mesmas, a preguiça não é a mesma e eu já não tenho o que fazer.

Você pode achar que não faço por falta de interesse, mas não vejo dessa forma. Vejo que, tudo que vai, vai porque tem que ir. Porque não suportou, porque chegou ao limite, porque tem uma vida a seguir.

E, ninguem pode duvidar que pode voltar. Ou não. É tudo tão relativo.

Se sinto saudades? Mas é claro! Aprendi a transformar a saudade em força, pra seguir em frente, pra me orgulhar do que passou pela minha vida, pelo que fez parte do que fui e dos momentos pelos quais passei, nos quais sorri, nos quais chorei.

O tempo tá passando e tem muita coisa ficando pra trás. Eu mesma fiquei também. Me deixei, me esqueci e me renovei. Hoje sou o que costumo chamar de mim.

Afinal de contas, o que nos trouxe aqui? Medo ou coragem ?