sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

e por falar em saudade,


Não, isso não muda. O tempo pode passar, vocês podem passar anos sem se ver, e a lembrança de tudo o que viveram pode, de certa forma, deixar de ter toda essa nitidez, mas nada, nunca vai apapgar tudo de vez. Ninguém muda por completo, ningém muda toda sua essência. Você sabe que te procuro aonde posso e eu tenho a total consciencia de que você faz o mesmo. Não é porque nossos corações estão distantes que deixaram de bater compassados, no mesmo ritmo. Não é porque a cabeça foi pra um lado oposto que as coisas vão mudar. Afinal, não é a cabeça que faz a gente gostar, não é?
Como é possível manter uma distancia tão grande de alguém que, há pouco, era tão próximo ? Como é possível pronunciar tamanho desprezo por alguém que, há pouco, era tanto amor?
Ninguém odeia sem motivo, sem precisão, sem nexo. Ninguém odeia quem tanto amou, puramente amor? Ninguém que não queria fingir, pra fugir, de mim, de si, de tudo que construimos ... juntos.

E por mais que os castelos de areia sejam destruídos pelas ondas, os grãos que o construiram ainda estão dispersos no mar.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

sobre aquelas sensações,

Acordar com a sensação de que falta alguma coisa no seu dia, ou que você está deixando faltar na vida de alguém. Acordar e perceber que o dia já não está assim tão claro, e que você perdeu o sono no meio da noite porque existe alguma coisa dentro da sua mente que invadiu seu sonho e te trouxe pra realidade. Acordar sem abrir os olhos, no medo de enxergar a mesma coisa de sempre a sua volta, nos mesmos lugares do mesmo jeito. Acordar, quando o sono é o único momento em que a dor parece inexistir, e assim, acordar sem se levantar, no medo de ter que enfrentar o frio, a saudade, a solidão, a palavra, a conseqüência. Acordar e perceber que já não se tem mais nove anos, que sua vida não depende de mais ninguém que não seja você. Acordar e ter que se vestir, se mascarar pra ser alguém que não se é, seis, sete, oito horas por dia. Acordar e lembrar a dor de cabeça, voltar a sentir a cólica, a dor no corpo, o cansaço. Ou simplesmente acordar e sentir que novos dias trazem novos sorrisos e, algumas vezes, deixam pra trás aquilo que aconteceu ontem. Acordar e abrir os olhos pra um novo dia que começa, em que se pode voltar atrás, pedir perdão, recomeçar, tomar um remédio, um empurrão, um impulso que te leve pra frente, que te motive, porque novos dias, novos olhares, acordar de novo, são tudo aquilo que precisamos pra terminar os dias com a certeza de que teremos novas chances.

Acordar é bem mais do que abrir os olhos e se fazer consciente.