sábado, 19 de novembro de 2011

de contos e coleções,


Quando a gente se acostuma com alguma coisa é extremamente complicado desapegar. Até mesmo de pequenas coisas. Uma roupa, um sapato, uma bicicleta, um carro, um quarto, um caminho, uma pessoa, um estado, um país.

É difícil cortar o cordão, deixar pra trás, tornar experiência. E a gente passa por todo um processo psicológico pra poder desgarrar, pra poder soltar a mão e, principalmente, pra poder encarar o novo.

Muito mais do que preparo é preciso coragem. Coragem pra pisar em terrenos instáveis, para se apoiar em castelos de areia, pra esbarrar em culturas opostas, pra aceitar, transferir, concordar, discutir, ou até mesmo incorporar o novo.

É preciso coragem pra decidir ir. Pra decidir mudar. Pra decidir deixar pra trás o que, aparentemente, nos é seguro e nos jogar em um universo de incertezas que só nos trará histórias mil pra contar.

Arriscar. Ir. Soltar a mão. Conhecer. No começo é doloroso, como toda ruptura. Mas o futuro só tende a nos trazer as experiências mais incríveis de nossas vidas.

Há quem não queira arriscar. 'Tá bom assim como tá'. Ok. E vai ser assim pra sempre. As mesmas coisas, do mesmo jeito, os mesmo pensamentos, as mesmas ideias, as mesmas bobagens, as mesmas barreiras e um conhecimento limitado, antigo, antiquado. E um futuro em quatro paredes, um livro que termina no índice, um conto entre tantos livros lançados por ai.

Casar, construir uma casa, ter filhos. Não que seja ruim. Mas, não é pra mim. Não agora. Quero contar aos meus filhos todos os países que visitei, todos os estados que conheci, todas as culturas que experimentei, todos os apartamentos em que morei e toda as pessoas com que os dividi. Quero viajar o mundo, ou até mesmo viajar meu país.

Há vidas que dariam contos. Da minha, farei uma coleção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário