sexta-feira, 14 de maio de 2010

mesmo que passe,

Você se afasta milhas e milhas de tudo o que pode te fazer lembrar dos vestígios da dor. Você sempre pensa que quanto mais distante das lembranças mais perto da felicidade se fica. Mas não importa aonde você vá. Não importa quantas pessoas novas você conheça. A rotina vai te fazer se apegar, vai te fazer lembrar de novas coisas e quando você menos esperar, já criou novos vínculos, tem novas lembranças, novas dores. E basta ouvir aquela música que qualquer outra lembrança volta nitidamente a viver na sua memória.

Somos seres fracos, vulneráveis a dor. Choramos, remoendo propositalmente a ferida só pelo prazer de nos sentirmos vitimas. É normal, óbvio, humano. Quem nunca pensou em viver uma história de amor, baseada naquelas comédias românticas hollywoodianas com lindos casais que enfrentam situações adversas e no final, juram amor eterno com o beijo perfeito, sob a luz perfeita e a mais incrível canção. Quem nunca idealizou ?

Hoje guardo a dor, pois sou consciente de que ela existe sempre, até mesmo na felicidade. Deixo a dor sair, doer só quando me vejo só, me vejo longe suficiente pra ainda me lembrar de tudo, novo e velho. Lembrar dos perfumes, das histórias e do sabor amargo das lágrimas incessantes que chorei. E do doce aroma do riso que jamais deixei de sorrir.

Somos assim, protótipos de nós mesmos. Sofremos por nós mesmos, sorrimos por nós mesmos e acabamos vivendo pelo outro. Pois nada no mundo, nem mesmo a metafisica é capaz de entender esse sentimento que corrói, que machuca, que entristece, mais mesmo assim, gostamos de sentir, de alimentar, só pelo prazer de estarmos sempre acompanhado de quem, por algum motivo, não caminha mais ao nosso lado. SAUDADE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário