segunda-feira, 17 de maio de 2010

de relaciomentos e nomes,

Andei lendo alguns textos do Lucas Silveira e cheguei a conclusões que eu buscava a tempos, só não sabia exatamente como expressar. Passamos a vida toda nomeando as coisas. Nomeamos pessoas, lugares, tempos, dias, sentimentos. Estamos a todo instante querendo poder ter um nome que descreva isso ou aquilo e no final, tudo se torna nada.

O grande problema em querer nomear as coisas, é que sempre depois que elas ganham uma classificação, geram controvérisas. Com as nomeações vem as regras, com as regras os descumprimentos e com eles, geralmente o fim. Posso contar diversas experiências pessoais a esse respeito, a mais recente delas tem menos de um mês.
Eles ficaram, se viam todos os dias, saiam todos os fins de semana, compartilhavam dos mesmos amigos, trocavam experiências, risos. Falaram algumas vezes sobre sentimento, mais nada que tivesse nome. Contaram sobre seus ex, sobre suas famílias, sobre sua rotina. E assim foi por um pouco mais de um mês. Em dado momento, ela quis nomear.

Talvez se ela tivesse lido algo parecido com isso que escrevo agora, pensaria duas vezes antes de não cometer esse incrível engano. O chamou pra 'conversar' . Não deve existir no mundo, alguém que não tema essa palavra. Muitas vezes, a 'conversa' tem sempre o mesmo desfecho. Enfim, eles se encontraram e ela disse exatamente o que a afligia: queria um nome.

Um nome? Ele não conseguia entender. Ou talves, não quisesse. Ela queria um nome, um substantivo que desse a ela algo parecido com um contrato, com suas regras, posses e divisões de responsabilidade. Ele se assustou, não estava bom como estava ?


Ela pensava que, se ele era capaz de ter ciumes, seria também capaz de nomear a relação. 'Dar um passo a diante?' ele pensava. Até então, nenhuma palavra foi citada, nenhum nome. Ela queria que ele nomeasse. Queria poder dizer: SIM, É ISSO.

Doce engano, ele não soube substantivar aquilo . E se foi, com a certeza de que aquilo que ele não sabia o nome, significava mais pra ele, quando não existia desejo por um nome. Passou a se chamar nada, que ainda é um substantivo.

Foi de fato meio frustrante pra ela, mas ensinou. Vivamos os relacionamentos que nos são apresentados sem tentar nomeá-los. Do contrário, eles podem se esvair, desaparecer e tornarem-se sentimentos anônimos, de nome nada e lembrança NENHUMA. E viver do nada é empobrecer.

Um comentário:

  1. rayssa que legallll esse textooooooooooooo!obs.: pra vc ver como eu sou culta,eu nunca tinha visto a palavra,substantivar hahhahahahhhaahhah beijones Karine!

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