O querer muito e não poder ter. O desenhar histórias imaginárias com a mente só pelo prazer de viver uma fantasia que te traga instantes de felicidade evasiva.
O chorar por, sem poder chorar com. O medo de se envolver tanto e perder. Perder fácil, como quem vai fácil. E confiar pouco, porque serão nossos amigos os primeiros a nos machucarem.
E não entender como, e só sentir, que já se depende de algo que nem reconhecemos, e absorver tristezas espelhadas em conceitos de quem, até ontem, era desconhecido.
E ser triste, se a tristeza já lhe é rotina e já nem dói tanto assim. E tentar ser melhor, quando se usa um parâmetro unilateral como base. E subir, degrau por degrau, rasgando antigas ideias, antigos conceitos.
Assumindo o difícil papel do saber e aceitando que a felicidade plena é uma privilégio dos medíocres e que, como me disseram certa vez, a ignorância é benção.
E crendo que o amor nada mais é do que palavra pra soar bonita nos versos e nas canções. E, assim, se impede de amar. Porque prefere amar amigos do que viver a vida atrás de um sentimento que ninguém sabe ao certo o que é.
E, eu sei, que vocês vão embora um dia. Da minha vida, da minha rotina, da minha memória. E vai doer, de saber que já conheci pessoas que valem a pena.
Ninguém muda. Ou talvez, mude. E me perdoa se eu sumir, desaparecer. Meu extremo bem-estar ao seu lado me faz sofrer um pouco.
Não quero cair de novo.
E se cair, as vezes só vai doer. A ausência dos melhores sorrisos, dos melhores conselhos, das melhores palavras.
E eu não quero perdê-los, mesmo que precise.
Me precaver de sofrer me traz a dor por antecipação.
E escolher entre sofrer e sofrer menos não me parece justo.
Esteja comigo, em pensamento, que poderei sorrir.
E lembrar que talvez eu tenha encontrado a felicidade nas tristes palavras do seu sorriso.
Me deixa ir,
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